Quarta, 27 Abril 2022 20:09

Desemprego, miséria e estagnação econômica: gestão Bolsonaro aumenta casos de depressão

Descaso faz aumentar a miséria no Brasil Descaso faz aumentar a miséria no Brasil

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

O projeto do governo Jair Bolsonaro tem levado o Brasil à estagnação da economia, aumentando a pobreza, o desemprego, a miséria, causando uma profunda incerteza quanto ao futuro. Isto tem aumentado o número de pessoas que procuram tratamento para a depressão. A avaliação é de Fernanda Lou Sans Magano, presidenta do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo (Sinpsi) que acrescenta a estes fatores os impactos à saúde emocional causados pela pandemia do novo coronavírus.

Com Bolsonaro o desemprego foi de 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro de 2022, ou mais de 12 milhões de pessoas sem trabalho. Pelo menos 2 milhões de famílias tiveram a renda reduzida e caíram para a extrema pobreza entre janeiro de 2019 e junho deste ano. Em dezembro de 2018, durante o governo Michel Temer (MDB), eram 12,7 milhões na pobreza extrema. Dois anos e meio depois e com Jair Bolsonaro na Presidência, esse número chegou a 14,7 milhões em junho de 2021.

Fernanda explicou que a depressão está aumentando por causa da pandemia e também por causa da situação de carestia que o país está enfrentando, com o empobrecimento da população, o desemprego, a precarização e a falta de segurança. “Tudo isso, somado às condições de trabalho no isolamento, e à situação daqueles que não puderam fazer isolamento, influenciou nas alterações de humor. Tivemos referências a quadros depressivos e também a síndromes do pânico, de transtornos do humor”, disse.

Instabilidade e adoecimento

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, o Brasil lidera o ranking de casos de depressão na América Latina, com cerca de 11,5 milhões de pessoas com o diagnóstico. O quadro está entre as principais causas de suicídio.

Segundo levantamento do Ministério da Saúde, da última semana, 11,3% dos brasileiros adultos disseram ter tido diagnóstico médico da doença, muito acima da média da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Brasil, que é de 5,3%. O dado se refere ao levantamento feito em 2021, que pela primeira vez inseriu o tema na entrevista anual feita por telefone com moradores das capitais.

As mulheres foram as que mais relataram os casos de depressão, em todas as faixas etárias. A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2019, registrou que 10% da população tinha este diagnóstico médico. Em 2013, a taxa era de 7,6%. Por essa razão, a doença passou a ser incluída no levantamento do Ministério.

Inflação, desemprego e miséria

Em todo o Brasil, no trabalho, a pressão por bons resultados é intensa e a ameaça de perda do emprego, constante. Quem foi demitido sofre a angústia de tentar se recolocar profissionalmente e se deparar com portas cada vez mais fechadas. Nos bancos a instabilidade é a mesma, com suas consequências psicológicas, apesar do setor financeiro bater recorde de lucros graças ao modelo econômico de Bolsonaro voltado para enriquecer os mais ricos e penalizar a classe média e os mais pobres.

Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria captou em números a sensação da maioria da população: o medo do desemprego cresceu 32% de dezembro a março e o Índice de Satisfação com a Vida caiu 8% em relação a dezembro. É o menor índice da série histórica.

Mídia