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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Mesmo enfrentando uma de suas mais graves crises econômicas da história, com desvalorização da moeda, perda da renda média das famílias, desemprego, aumento da miséria, destruição do parque industrial e falência no comércio, o Brasil continua a ser o paraíso de banqueiros e especuladores. Segundo estudo feito pela consultoria Economática, entre 39 bancos no ranking mundial, o sistema financeiro nacional tem quatro dos dez bancos mais lucrativos do mundo, atrás apenas dos EUA, que têm seis instituições entre as que mais lucram. Em seguida aparecem empresas do setor do Canadá e Reino Unido. Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil estão entre as instituições do setor financeiro que mais faturam dinheiro no mundo.
Os maiores juros
É bom lembrar que nos EUA há cerca de cinco mil bancos concorrendo no sistema financeiro e no Brasil apenas cinco instituições concentram 85% das operações financeiras. Outro aspecto que chama a atenção para o modelo rentista brasileiro são os juros, os maiores do planeta. Com a direção do Banco Central do governo Bolsonaro, comandada pelo banqueiro Roberto Campos Neto, do Santander, elevando os juros para 11,75% e a inflação galopante – o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para abril tem uma previsão de alta de 1,73% - os juros básicos devem subir ainda mais. A prévia da inflação é a maior desde 1995.
Os juros brasileiros só são superados pelos da Rússia, que sofre consequências pesadas das sanções dos EUA e da Europa em função da guerra da Ucrânia.
“O povo brasileiro não pode continuar pagando com desemprego, perda da renda e do poder de compra e miséria para sustentar este modelo econômico especulativo controlado por um cartel de bancos. Ninguém suporta mais este velho receituário de combater inflação com os maiores juros do planeta, que só agrava a recessão e como temos visto, não consegue conter a alta dos preços”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Sérgio Menezes. O sindicalista critica ainda o fato de que os bancos, que ganham mais dinheiro do que qualquer outro setor nas últimas décadas, ainda endurecem na hora de atender às reivindicações dos bancários nas negociações da campanha salarial da categoria.
“Os números mostram que, mesmo com a pandemia da covid-19, os bancos continuaram acumulando mais lucros e ainda tiveram uma injeção do governo Bolsonaro de R$1,2 trilhão logo no início da crise sanitária. A categoria precisa estar mobilizada e participar da campanha por mais salário, PLR e melhores condições de saúde e de trabalho. Dinheiro é o que não falta para os bancos atenderem a quem, de fato, produz os seus lucros”, conclui Menezes.