Polícia realiza ação contra donos de empresa de golpe com criptomoedas
CEO e sócio da Alpha Consultoria já são considerados foragidos. Dupla movimentou mais de R$ 200 milhões e ostentava vida de luxo
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Rio - A Polícia Civil realiza a operação "Aryan", nesta segunda-feira (4), contra uma associação criminosa responsável por causar prejuízo financeiro a milhares de investidores. A 76ª DP (Niterói) pretende cumprir dois mandados de prisão contra o empresário Sadraqui de Freitas, de 30 anos, e o ex-pastor evangélico Nathan Assis de Oliveira, 32, CEO e sócio, respectivamente, da Alpha Consultoria, no Centro de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A empresa, que tinha abrangência em todo o Brasil, oferecia mediação de investimentos em criptomoedas com a promessa de entregar rendimentos de até 30% ao mês.
Os agentes ainda cumprem mandados de busca e apreensão em endereços de luxo em Niterói, São Gonçalo, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e no Itanhangá, ligados também a outros três investigados de participarem do golpe, sendo eles Diego Rodrigues Antunes, Fábio Galvão Alves e Leiver Lechar Nogueira Junior. Os pedidos de prisão foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de Niterói. O CEO e o sócio já são considerados foragidos por não terem sido encontrados em diferentes endereços.
De acordo com as investigações, a Alpha foi aberta em fevereiro de 2021 e começou a atrasar o pagamento dos rendimentos dos clientes cerca de dois meses depois. A justificativa era de que uma grande Exchange (corretora de criptomoedas), onde eram realizadas as supostas operações da empresa, havia bloqueado as contas do estabelecimento indiscriminadamente. Após solicitarem informações, os investigadores receberam resposta oficial da Exchange esclarecendo que as contas vinculadas à empresa, como também aos seus sócios, nunca foram bloqueadas, havendo, inclusive, um baixo valor muito disponível para saque na conta da Alpha.
Os agentes da distrital também identificaram que em poucos meses, Sadraqui e Nathan movimentaram mais de R$ 200 milhões em suas contas bancárias particulares, o que apontou para a prática de golpe financeiro. Sadraqui tem 30 anotações criminais por estelionato, organização criminosa, associação criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra a economia popular. Já o ex-pastor tem 24, pelos mesmos crimes. Entretanto, a dupla nunca havia sido presa.
Nas redes sociais, eles ostentavam uma vida de luxo, com viagens em aeronaves particulares. Entretanto, as imagens não estão mais disponíveis nos perfis de ambos. Eles responderão pelos crimes de estelionato, associação criminosa e crime contra a economia popular. As penas somadas podem chegar a 10 anos de prisão. "Aryan" faz referência a uma cidade no Egito onde se localiza uma misteriosa pirâmide em ruínas.