EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Foto: Nando Neves
A nova diretoria da Contraf-CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) foi eleita neste domingo, 3 de março, no 6º Congresso da entidade ante situações desafiadores que foram debatidas nos três dias do evento realizado em São Paulo, como os ataques do governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores, a recessão econômica e a explosão inflacionária geradas pelo fracasso da política econômica do ministro Paulo Guedes e a necessidade de novas estratégias da organização de luta dos trabalhadores frente às transformações tecnológicas no mundo do trabalho, que agravam o desemprego e precarizam as condições de trabalho.
Desafios da campanha salarial
A vitória da “chapa 1: reconstruir o Brasil que a gente quer” foi a consagração da unidade da categoria, eleita com 100% dos votos. Os delegados e delegadas que representam sindicatos e federações de todo o país aprovaram ainda alterações estatutárias e definiram o plano de lutas da nova gestão. Este ano serão realizadas negociações para a renovação das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) de bancários e financiários. A atual perde a vigência este ano já que nas últimas negociações ocorridas em 2020 elas foram aprovadas com validade de dois anos.
"Mais uma vez teremos duras batalhas nas negociações com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e com a Fenacrefi (Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento). Temos que lutar pela preservação de nossos direitos para avançar em novas conquistas, inclusive aumento real e uma boa PLR. Contamos com a mobilização de todos os bancários e bancárias para pressionar os bancos e as financeiras a atenderem as reivindicações da categoria", disse a presidenta reeleita da Contraf-CUT Juvandia Moreira.
Moções aprovadas - A plenária aprovou ainda três moções: uma em defesa dos bancos públicos, outra em defesa da Petrobras e a terceira pela paz mundial.
Golpe contra os trabalhadores
A presidenta reeleita Juvandia Moreira lembrou tempos difíceis, com o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e a Operação Lava Jato que prendeu Luiz Inácio Lula da Silva sem nenhuma prova que sustentasse as acusações, verdade que foi confirmada por decisões das instâncias superiores e pelo STF (Supremo Tribunal Federal), anulando as condenações do ex-juiz Sérgio Moro.
“O golpe contra Dilma e contra Lula não foram apenas um ação coordenada contra o PT e a esquerda e muito menos “contra a corrupção”, mas sim para criar uma agenda contra os direitos de toda a classe trabalhadora e contra a democracia e o Brasil”, esclarece.
A hora da virada
A presidenta da Contraf-CUT mostrou otimismo dizendo que, sim, é possível o povo brasileiro reverter esta situação de retrocesso e reconstruir o Brasil.
“Quatro anos depois estamos aqui com grandes chances de eleger o presidente Lula e um Congresso Nacional comprometido com os trabalhadores para a reconstrução do nosso país”, destacou.
Demonstrou indignação com as expressões do governo bolsonarista, de tempos em que “fazer sinal de ‘arminha’ virou bonito” e dizer “que a educação não é para todo mundo”.
“É o absurdo do absurdo. Temos que sair daqui com a tarefa de organizar os bancários do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, Basa, Banco do Nordeste, de todos os bancos e das empresas publicas. É uma questão de classe, de sobrevivência retomar o Brasil que a gente quer, não o Brasil do ódio, mas do amor e da fraternidade”, desabafou.
Importância da unidade
Juvandia destacou a importância da unidade da categoria na formação da chapa única da Contraf-CUT. “Buscamos esta unidade mesmo nas divergências. Somos um exército de militantes para construir este Brasil do bem, um país mais feliz. Esta eleição de 2022 é uma das mais importantes do mundo. A nossa maior campanha salarial este ano será a eleição. Pois, de que adiantaria uma boa campanha se perdermos as eleições e o atual governo privatizar os bancos públicos?”, questionou.
“Temos que sair deste Congresso para organizar os comitês e os brigatistas digitais para combater a mentira. Um estudo mostra que Bolsonaro já falou mais de cinco mil mentiras. Ele mente porque quer manipular e atacar a democracia. Precisamos estar organizados para combater as fake news e defender a democracia, a soberania e os direitos”, concluiu.
Ao final, ficou emocionada ao anunciar que as mulheres representam hoje 43% da nova diretoria da entidade que preside, acima da cota mínima, uma luta de anos do movimento sindical e lembrou que as mulheres são mais da metade do eleitorado, estando nas mãos delas o destino do país.
Clique no link abaixo e confira a composição completa da nova diretoria.
https://contrafcut.com.br/wp-content/uploads/2022/04/nova-direcao.pdf