Sábado, 02 Abril 2022 12:55

Presidenta do PT defende articulação forte pela democracia e reconstrução do Brasil

Gleisi Hoffmann disse que a eleição deste ano será difícil e disse que será necessário uma grande mobilização popular para eleger Lula presidente Gleisi Hoffmann disse que a eleição deste ano será difícil e disse que será necessário uma grande mobilização popular para eleger Lula presidente Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Foto: Nando Neves

 

Neste sábado (2/4), segundo dia do 6º Congresso da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Fianceiro), foi realizado o painel de debate sobre análise de conjuntura nacional e internacional.

O vice-presidente da entidade, Vinícius de Assumpção, mediou a mesa de debate e destacou “a importância do reflexão sobre a conjuntura para ajudar a realizar um projeto capaz de tirar a população das ruas e da miséria na reconstrução de nosso país”.

A presidenta do Partido dos Trablhadores (PT) e ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, falou da conjuntura nacional, lembrando que este é um  que este ano essencial para o futuro do país e que os movimentos sociais tentaram, nas ruas, o impeachment de Bolsonaro, mas a pressão popular não foi suficientemente forte para conseguir no Congresso Nacional o afastamento do presidente brasileiro”.

“Precisamos tirar esse governo e retomar um projeto de desenvolvimento que começamos a construir com a derrubada da ditadura militar, a criação da constituinte e a eleição de Lula e Dilma. Agora temos a oportunidade nesta eleição de virar esse jogo. A candidatura de Lula é a da esperança e não há nenhuma outra com a força popular como a de Lula e com o conhecimento do Brasil que ele possui. Lula sabe da realidade e da vida do povo e conhece tão bem o estado brasileiro, saiu com 87% de aprovação e tem uma capacidade política imensa. É por isso, que ele se dispõe a ser candidato a presidente”, afirma.

Eleição polarizada

Gleisi disse ainda que os movimentos sindical e social têm o dever e a responsabilidade perante o povo brasileiro de levar adiante o projeto de reconstrução democrática e do desenvolvimento do país .

“Esta será uma eleição polarizada. Eles não têm projeto de reconstrução para o Brasil. A extrema direita destrói o estado brasileiro, tem um projeto de desmonte dos programas sociais de privatização das estatais, de expansão monetária com raiz neoliberal”, avalia, lembrando que Bolsonaro acaba de colocar no comando da Petrobras, um lobista da Chevron e da Esso, Adriano Pires. O economista já assume o cargo sob a acusação de possuir uma empresa com capital social de R$ 1,2 milhão, chamada Tapd Nit Consultoria Empresarial, sediada em um luxuoso prédio residencial, em uma das áreas mais nobres da cidade de Niterói (RJ).

Revisão da reforma trabalhista

Gleisi disse que Lula irá rever a reforma trabalhista criada por Henrique Meirelles durante o governo temer e que agravou a crise econômica.

“Do nosso lado temos que fazer uma grande articulação, a defesa dos programas sociais que começamos a implantar nesse país e de um estado como grande indutor do desenvolvimento, defendendo os direitos dos trabalhadores”, disse defendendo a a revisão da reforma trabalhista, proposta já anunciada pelo ex-presidente Lula, que se encontrou com a vice-presidenta da Espanha, Yolanda Diaz, num encontro realizado na UERJ e cujo governo começa a extinguir o modelo de Reforma Trabalhista que inspirou o governo Temer e que agravou a recessão econômica nos dois países.

Combate às fake news

A líder do petista disse que a eleição será muito difícil e polarizada, lembrou que Bolsonaro tem um núcleo de apoio de 25 a 29% e que está recuperando espaço com o uso da máquina pública, através de ações como o Auxílio Brasil, novo nome que deu ao Bolsa Família criado por Lula e criou o auxilio gás.

“O orçamento secreto é uma excrescência, foram gastos R$17 bilhões este ano. Bolsonaro colocou o Ciro Nogueira na liderança do Congresso Nacional e está com uma base política forte. O PL já é o maior partido e eles se reposicionaram e voltaram com força com as fake news”, esclarece. Destacou ainda que a direita saiu do armário e Bolsonaro tem uma base de militantes  da extrema direita que está nas ruas.

“Temos que nos preparar para nos proteger e até garantir a segurança pessoal do Lula. A extrema direita internacional, através de Steve Bennnon, disse que a eleição no Brasil é a mais importante em nível internacional para extrema direita”, alerta. Disse ainda que é preciso “mostrar para a sociedade que Bolsonaro e sua turma são mentirosos .

“Mais de cinco mil mentiras já foram ditas pelo presidente Bolsonaro. Ele mente de forma sistemática e criamos a campanha “Vacina contra a Fake News” para contrapor esta ação”. Explicou que no site do Lula foi criado o link “Verdade” , “a vacina para desconstruir as fake news”. Acrescentou que foi criado um grupo do ponto vista político e jurídico para acionar à Justiça contra as fake news bolsonaristas.

Esperança e otimismo

Apesar da disputa acirrada, Gleisi disse estar otimista e que é necessário formar um movimento popular forte em defesa da democracia

“A política foi criminalizada e quando isso acontece sobra a barbárie. Temos um conjunto de partidos e forças políticas que estão com Lula. A federação partidária de partidos que estão no campo popular, o PSB que também estará conosco na aliança, o PSOL, que fez uma coligação com a Rede e também estará conosco e mais o Solidariedade, além de setores do PMDB do Norte e Nordeste, que também apoiarão Lula no primeiro turno. Estamos com um  movimento de agregar esse núcleo para ajudar na eleição de Lula e acho que ainda podemos decidir essa eleição no primeiro turno, em função da ausência de uma terceira via”, avalia.  

Interlocução com a sociedade

Para derrotar Bolosonaro, Gelisi acredita que é preciso “tirar a sociedade da letargia e para participar das eleições. “Os movimentos sindicais serão fundamentais neste processo de interlocução e organização da sociedade, com os sindicatos, centrais e movimentos sociais que estão conosco nesta luta”, acrescenta.  

“Eles não têm a nossa capacidade de falar com o povo nas ruas. Estamos criando a rede de comitês populares de luta e as brigadas digitais da CUT para organizar digitalmente e territorialmente a campanha. Esta é a forma de contrapormos a força que eles têm na rede social. Os comitês vieram para ficar para viabilizar o projeto de reconstrução do país e os bancários serão fundamentais neste processo”, disse, lembrando que os comitês populares continuarão após as eleições para ajudar na sustentação de um futuro governo de esquerda.

“Em quase 13 anos conhecemos o estado e a primeira coisa ao reassumirmos o Brasil é implementar um plano de emergência para salvar o povo da fome, combater a inflação, rever a política dos combustíveis, melhorar a renda e gerar emprego, projeto que está sendo formulado pela fundação Perseu Abramo, sob o comando de Aloísio Mercadante”, disse.

Gleisi convidou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, para participar deste grupo de lideranças da campanha popular e anunciou uma plenária do movimento sindical já para este mês de abril.

“Alem da campanha presidencial precisamos eleger deputados e deputadas para criar uma base forte no Congresso Nacional, ter o time do Lula no parlamento e ajudar a governar e tirar o país dessa crise. Vamos ganhar a eleição e mudar o rumo deste pais”, concluiu.

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