Sexta, 01 Abril 2022 18:56

Congresso da Contraf-CUT defende reconstrução do Brasil com a eleição de Lula em 2022

Delegados destacam também o desafio da categoria na campanha nacional e que eleição no país é importante para a democracia e para o mundo
Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT (ao fundo) destacou a importância da participação dos trabalhadores na reconstrução do Brasil Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT (ao fundo) destacou a importância da participação dos trabalhadores na reconstrução do Brasil Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Foto: Nando Neves

 

A presidenta da Contraf-CUT Juvandia Moreira abriu a mesa da abertura solene do 6º Congresso Nacional da entidade, destacando “a alegria de poder contar com a presença do presidente do Sindicato do Rio José Ferreira”, que este ano “venceu um infarto e está de volta às atividades com força e saúde”.

Falou da retomada de um projeto em que o trabalhador precisa voltar a ser sujeito histórico.

“Precisamos reconstruir o Brasil que a gente quer e tem gente agora que está destruindo o país. Queremos um Brasil sem fome, sem desemprego, sem miséria. Bolsonaro representa o Brasil do retrocesso”, disse.

Lembrou que hoje o momento político em que é realizado o Congresso é bem diferente de quatro anos atrás, destacando os desafios da categoria bancária. “Há quatro anos fizemos um Congresso num dia muito triste, quando Lula estava preso. E agora ele lidera todas as pesquisas”, disse.

O verdadeiro papel da Lava Jato

Juvandia disse ainda que “o povo começa a entender também o papel da Lava Jato, que foi o de destruição de empresas brasileiras”, lembrando que o julgamento injusto de Lula não foi apenas contra uma pessoa, mas representou “uma perseguição ao PT, a toda esquerda e aos movimentos sociais”.

“Foram interesses estrangeiros no petróleo, no pré-sal, em nossas grandes empresas de engenharia com forte presença lá fora. O objetivo era tomar de assalto o país, com ataques à soberania e à democracia. Bolsonaro representa também um ataque civilizatório de gênero, raça e de opção sexual”, ressaltou.

Lembrou que os brasileiros voltaram a cozinhar com lenha para uma minoria ganhar milhões com lucros e dividendos.

O retrocesso de Bolsonaro

A presidenta da Contraf-CUT acrescentou que “o golpe foi dado para eles entregarem esse país aos interesses econômicos”, explicou, lembrando que o ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou ativos do Banco do Brasil para o BTG Pactual, banco que ele criou, a preço de banana.

“Essa política fez o Brasil retornar ao mapa da fome. As pessoas estão na fila para comer osso, não têm o que comer em casa. Com essa inflação, que tem a ver com a guerra da Ucrânia, mas com a opção política deles, que não é um país para a maioria. Nós queremos que a maioria tenha o direito de comer, de ter acesso à universidade pública, direito ao lazer, de estar com a família”, acrescentou.

Criticou o projeto de regulação ao teletrabalho do governo Bolsonaro que está no Congresso Nacional sem direito à desconexão, sem o trabalhador ter direito a viver e a conviver com a sua família.

“Eles querem nos tirar o direito de existir, de ter uma vida decente, digna, o direito a equidade”, disse, destacando a frase absurda de Bolsonaro de que “mulher tem que ganhar menos porque engravida”.

Defendeu que o Congresso dos bancários e bancárias precisa sair com tarefas de luta da categoria e destacou que cada pessoa é importante nessa mudança do país, reafirmando a importância da classe trabalhadora eleger Lula presidente.

Luta árdua

A presidenta do Sindicato SP, Ivone Silva, anfitriã do Congresso, lembrou também que o quadro político de hoje é muito diferente de quatro anos atrás.

“Estamos hoje num outro momento com a chance da retomada do país voltar a ser feliz. A nova diretoria da Contraf-CUT será eleita no domingo num contexto de muita luta, diante de ataques aos direitos trabalhista. A luta vai ser muito árdua, temos uma luta ideológica. Temos que ganhar, mas também participar do novo governo. O trabalhador precisa ser reconhecido e não ser expulso e esculachado, como Bolsonaro faz hoje com a classe trabalhadora”.

Consciência da classe trabalhadora

Jefferson Meira, o Jefão, do “EnFrente”, disse que “o movimento sindical sempre teve tarefas árduas e que agora a luta contra a descontrução de um país.

“O Brasil vive uma situação de calamidade pública desde a tirada da presidente Dilma”, acrescentou, defendendo a “a construção ideológica, cultural e humana de um país” e “a consciência da classe trabalhadora”.

“Temos de ter atenção não somente para a eleição de Lula, mas de um novo Congresso Nacional”.

Ao final, homenageou participantes do evento que sofreram o período da ditadura militar, o golpe de estado de 64 e defendeu a democracia e a visibilidade trans como questões simbólicas das lutas legítimas da classe trabalhadora.

Participação internacional

Marcio Monzani, da UNI América, braço continental da Uni Global Union, citou as eleições da Colômbia, em que os sindicalistas participaram como observadores internacionais e vencida pela esquerda como lição dos desafios que os trabalhadores enfrentarão na eleição deste ano no Brasil.

“A grande vitória do setor progressista na Colômbia foi um aprendizado, enfrentando fraude e golpes que sempre acontecem America latina. Cerca de 30% de votos não haviam sido computados”, declarou.

“A organização internacional dos bancários compartilha deste desejo de resgate dos direitos, como no teletrabalho e a reorganização de trabalhadoras e trabalhadores na luta por uma democracia forte. Os sindicatos têm de estar no centro do enfrentamento contra os golpes e precisamos também apoiar os mais pobres nessa pandemia”, avaliou, defendendo a participação da classe trabalhadora nos espaços de discussão de um futuro governo progressista.

Felipe Makengo, presidente nacional do Sindicato de bancários de Angola, também participou do evento como convidado.  

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