Terça, 29 Março 2022 12:26

Motoristas de aplicativo de transporte fazem manifestação no Centro do Rio por reajuste da tarifa mínima

Cerca de 35% da categoria deixaram de trabalhar como motorista de aplicativo durante os últimos anos

Divulgação

Mais artigos de O Dia
O Dia
Rio - No mesmo dia em que os moradores do Rio enfrentam uma greve dos rodoviários, entregadores e motoristas de aplicativos realizam uma paralisação na manhã desta terça-feira, 29, no Centro do Rio. Os manifestantes reivindicam o reajuste da tarifa mínima e pedem melhorias nos serviços e condições de empresas, como Uber, 99, Rappi e iFood.
Apesar do caos envolvendo outros meios de transporte na cidade, a paralisação teve início por volta das 8h da manhã, no Aeroporto Santos Dumont, ponto tradicional de motoristas que buscam passageiros, e percorreu diversas vias do Centro do Rio. O objetivo dos motoristas que faziam a carreata era chegar até a sede da Uber, na Avenida Presidente Vargas.

Por conta disso, os motoristas ocuparam um trecho e a pista lateral direita, sentido Zona Norte, entre a Rua Uruguaiana e a Avenida Passos, precisou ser bloqueada no fim da manhã desta terça-feira. Uma faixa verde e amarela foi estendida no asfalto em prol do ato dos trabalhadores.
O presidente do Sindicato dos Prestadores de Serviços por Aplicativos (SindMobi), Luiz Corrêa, afirma que os motoristas estão sendo lesados e que há corridas que as empresas descontam até 50%. "Durante os últimos anos, 35% da categoria deixaram de trabalhar como motorista de aplicativo. A nossa pauta é aumento dos ganhos. As empresas aumentaram as corridas para os passageiros e diminuíram os ganhos dos motoristas. A taxa de desconto é alta, eles recebem do passageiro em horário dinâmico um valor multiplicador, mas não repassam para o motorista", destaca ele.
Procurada pelo O DIA, a 99 afirmou que está disponível para estabelecer um diálogo com o trabalhador. "Diante dos aumentos no preço dos combustíveis e dos impactos gerados nos ganhos dos motoristas parceiros, o aplicativo 99 lançou um auxílio no ganho do motorista que aumenta sempre que a gasolina sobe. Com isso, a empresa adiciona R$ 0,10 por quilômetro rodado para cada R$ 1 de aumento do combustível. No Rio de Janeiro, em uma corrida de 12 km, que gasta 1 litro na média para carro popular, o reajuste será de R$ 2,04. Um valor maior do que os R$ 1,69 que o motorista paga hoje pelo combustível", disse a empresa.
A Rappi ainda afirma que o reajuste se deve ao aumentos do preço dos combustíveis. "A empresa realizou ajustes nas tarifas recebidas pelos entregadores independentes. A taxa recebida por pedido era, em média, de R$6,30, em junho de 2021, e atualmente está na faixa de R$8,80, refletindo um aumento de 40% no período" concluiu a nota.
A empresa ainda ressalta que respeita a manifestação pacífica dos entregadores e diz que pretende manter um diálogo em busca de soluções para favorecer os trabalhadores.
Até o momento, a Uber não apresentou um posicionamento sobre a exigência dos trabalhadores.
Na segunda-feira, 28, as mobilizações estavam previstas para acontecer no Rio de Janeiro (RJ), Volta Redonda (RJ), São Paulo (SP), Santos (SP), Belo Horizonte (MG), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). A greve mira as grandes plataformas de transporte e delivery.
 
 

Mídia