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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Já chega a dez e não para de crescer o número de prefeitos confirmando as denúncias de que pastores estão intermediando liberação de verbas do Ministério da Educação em troca de propina, sob a alegação de que o dinheiro seria para ajudar as igrejas evangélicas. Um pastor teria pedido 1kg de ouro em troca da liberação de verbas do MEC.
A Polícia Federal instaurou nesta sexta-feira (25) inquérito para apurar supostos repasses irregulares de verbas do MEC, a pedido da Controladoria-Geral da União. As denúncias vieram à tona quando o jornal A Folha de SP divulgou, na semana passada, áudio em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro confirma que atende o pleito dos pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
Respigando na campanha
Para proteger a campanha eleitoral das eleições deste ano, Ribeiro negou que Bolsonaro tenha feito o pedido, contrariando o que afirmou no áudio divulgado pela imprensa. Membros do Centrão, base de apoio do governo no Congresso Nacional estão pedindo a saída do ministro. O presidente da República disse que “banca” o seu indicado.
O pastor Silas Malafaia, uma das lideranças evangélicas mais próximas de Bolsonaro e considerado um dos nomes que teria feito lobby pela indicação de Milton Ribeiro para a pasta tratou de tirar seu nome do escândalo e disse que “não vai segurar a lama” dos pastores envolvidos e que o ministro ‘tem que provar que é inocente”.
Corrupção
Os pastores estariam intermediando verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeitos em troca de vantagem indevida.
Esse é o primeiro inquérito que apura denúncias sobre repasses indevidos de verbas do Ministério da Educação a tramitar oficialmente na PF. Outro inquérito, autorizado pelo Supremo Trbunal Federal (STF) a pedido da Procuradoria-Geral da República, deve ser também aberto pela PF nos próximos dias.
Envergonhando o evangelho
Pastores que não apoiam o governo Bolsonaro estão indignados com o uso do evangelho para apoiar o atual governo e em relação ao escândalo envolvendo igrejas nas acusações de corrupção no MEC e citam a Bíblia para descrever o que chamam de “vendilhões do templo”, que está no livro de João 2: 13-25, quando Jesus viu vendedores de bois, ovelhas e pombos no pátio do templo, reagindo com indignação e os retirando do local dizendo: “Tirai isto daqui! Não façais da Casa do meu Pai uma casa de comércio”. O governo vem perdendo apoio entre evangélicos, especialmente os mais jovens, mas teria recuperado apoio após encontro no Palácio do Planalto com pastores, que estariam intensificando a campanha pela reeleição de Bolsonaro nas igrejas.