Rio - O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completará quatro anos nesta segunda-feira, 14. Um ato simbólico por justiça, chamado "Amanhecer por Marielle", será realizado às 8h desta segunda, nas escadarias da Câmara Municipal, na Cinelândia, no Centro do Rio.
A vereadora e o seu motorista foram mortos a tiros na noite do dia 14 de março de 2018 no Estácio, Região Central da cidade. O carro em que estavam foi alvejado por vários disparos, sendo que quatro tiros atingiram Marielle e três acertaram Anderson. Ela voltava de um evento na Lapa, também na Região Central, quando um outro veículo emparelhou e disparou diversas vezes.
Na última quarta-feira, 9,
familiares de Marielle estiveram na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A mãe e o pai dela, Marinete da Silva e Antonio Francisco da Silva Neto, e Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional, participaram do encontro. Eles questionaram à Polícia Civil o andamento das investigações sobre a morte da parlamentar e do seu motorista.
"As autoridades dizem que quem matou já está preso. A Justiça vai precisar confirmar se essa resposta é a correta, assim como o Tribunal do Júri . As autoridades ainda não responderam quem matou Marielle. A gente continua sem saber o que aconteceu. Nós da sociedade civil temos buscado informação, reiteradamente, desse caso. Temos demandado das autoridades públicas para esclarecer", analisa Jurema.
Já a mãe de Marielle disse que ainda sente muita dor pela morte da filha, ela diz, porém, que ainda tem esperanças que se chegue aos mandantes do crime. "É um 14 (de março) que nos traz muitas dores e sentimentos", disse, sobre a data do crime. A família se encontrou nesta terça-feira com o quinto delegado à frente do caso. A mãe da parlamentar considerou positivo o encontro que ocorreu na delegacia.
Os familiares de Marielle e a Anistia Internacional foram recebidos pelos delegados Alexandre Herdy, titular da DH da capital, e Henrique Damasceno, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP).
Suspeito de envolvimento nos assassinatos da vereadora e de Anderson Gomes, o policial militar reformado Ronnie Lessa foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro por ocultação e destruição de provas do caso. Além de Ronnie Lessa, a mulher e o cunhado do suspeito, Elaine Lessa e Bruno Figueiredo, e outras duas pessoas também foram condenadas. Segundo a Justiça, todos participaram de uma ação, em 13 de março de 2019, para destruir armas que estavam escondidas em um apartamento de Ronnie Lessa no Rio de Janeiro. A operação aconteceu praticamente um ano depois das mortes de Marielle e Anderson.