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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, trabalhadoras de movimentos sindicais e sociais realizaram um protesto nesta terça-feira, dia 8 de março, no Rio de Janeiro. A marcha no Rio de Janeiro foi da Candelária à Cinelândia, no Centro. Milhares de pessoas participaram do protesto contra o governo Bolsonaro, o desemprego e a fome e pelo fim da discriminação de gênero, racial e orientação sexual. Entidades organizadoras do ato público, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a CTB (Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil) divulgaram que as manifestações aconteceram em pelo menos 40 cidades do país.
Os números da discriminação
Mesmo sendo 52% da população brasileira, os números da economia revelam a discriminação de gênero no mercado de trabalho. Dados atualizados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (PNDA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o 4º trimestre de 2021, mostram que mulheres com 14 anos ou mais de idade representam apenas 43,8% do total de pessoas na força de trabalho e 41,6% entre o total de ocupados e ocupadas. Entre as pessoas desocupadas as mulheres representam 52,2% e entre as pessoas fora da força de trabalho são 64,2%.
O futuro nas mãos das mulheres
O lema deste ano é “Pela vida das mulheres, contra a fome, o desemprego e a carestia – Bolsonaro Nunca Mais!”. Cartazes com dizeres como “Mulheres em Combate” e “nenhum direito a menos” fizeram parte da marcha.
As bancárias marcaram presença com uma faixa do Sindicato do Rio de Janeiro. Partidos domo PT, PCdoB, PSOL e PDT partiiparam das manifestações. Nos discursos de lideranças e parlamentares um tema em comum: este ano é preciso derrotar a onda reacionária que trouxe enormes prejuízos ao país desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff até as eleições de 2018, resultando em prejuízos para todos os trabalhadores e trabalhadoras, com retirada de direitos, desemprego, perda da renda das famílias, criminalização dos movimentos sociais e aumento da violência doméstica. E as mudanças passam pela mobilização popular para derrotar Jair Bolsonaro e, no Rio, Cláudio Castro nas eleições de 2022.
“Nós mulheres temos que entender que o futuro de nosso país, de nosso povo está em nossas mãos. Somos mais da metade do eleitorado e precisamos dar uma resposta pesada contra os governos fasicistas e antipopulares do presidente Bolsonaro e, no Rio, do governador Cláudio Castro, até para reestabelecermos a democracia e dar um fim à criminalização dos movimentos sociais e sindicais e colocar como pauta de um futuro governo popular, nossas lutas pelo fim à violência doméstica e da discriminação contra todas as mulheres, mas muito especialmente contra as negras, que sofrem duplo preconceito, de gênero e de raça”, destacou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.
O preconceito do presidente
No mesmo dia, numa cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente Bolsonaro fez uma declaração sexista e machista ao dizer que “a mulher hoje já está praticamente integrada à sociedade”, causando revolta nos manifestantes de todo o país.
A diretora do Jurídico do Sindicato e presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro), Adriana Nalesso, disse que as mulheres exigem respeito e que é possível virar o jogo político.
“Nós queremos respeito. É inadmissível que nesse período da pandemia a gente tenha vivenciado o aumento da violência doméstica. Conquistamos no acordo coletivo da categoria bancária uma cláusula de combate à violência contra as mulheres através do projeto Basta, não irão nos calar que será lançado no próximo dia 22. Esse ano é decisivo para nós precisamos além de um presidente comprometido com as pautas das mulheres e da classe trabalhadora, também parlamentares envolvidos com as nossas causas. Só assim vamos virar esse jogo.
Feminicídio cresce no Rio
A violência doméstica também foi uns dos temas principais da atividade e dos discursos dos participantes.
Somente em janeiro deste ano, foram 11 novos casos de feminicídio no estado do Rio, que registrou outros 94 processos em 2021. Já em relação a outros tipos de violência doméstica, como agressão física e psicológica, por exemplo, foram 5.765 registros em janeiro de 2022, tendo havido 62.008 novos casos em 2021. Também no ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deferiu 33.830 medidas protetivas de urgência, número 17,01% superior ao registrado em 2020. A violência também chega às crianças e adolescentes: em 2021, o Núcleo de Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes (Nudeca) registrou 737 depoimentos, um aumento de 208% em relação ao ano anterior.
Live dia 22
No próximo dia 22 de março, às 19 horas, o Sindicato vai realizar uma live para o lançamento da Cartilha do Basta, com as pautas e temas da luta das mulheres no Brasil. A cartilha, em sua versão digital, já está disponível aqui em nosso site.