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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Fonte: CUT Nacional
Não é de hoje que as mulheres sofrem discriminação no mercado de trabalho, recebendo salários inferiores aos dos homens, mesmo quando possuem escolaridade e qualificação profissional igual ou superior e sendo mais afetas pelo desemprego. Mas a situação tornou-se ainda pior para elas durante estes três anos do governo Jair Bolsonaro (sem partido). Elas têm ainda, mais dificuldade de retornar ao mercado de trabalho
“Mesmo sendo maioria da população, cerca de 52%, e tendo escolaridade superior, as mulheres recebem salários inferiores ao dos homens. Isto se deve a uma sociedade capitalista machista e patriarcal. É um ‘basta’ que precisamos dar neste país tão injusto e preconceituoso”, disse a diretora do Sindicato dos Bancários do Rio, Fátima Guimarães.
Os movimentos de mulheres denunciam que faltam políticas de promoção da igualdade de oportunidades e lutam contra a discriminação por gênero e por raça no país, agravadas pela ascensão de governos de direita, desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma Roussef até a eleição de Bolsonaro.
“Faltam creches e escolas em horário integral e maior estabilidade no emprego após a volta da licença maternidade. Em 2022 nós precisamos mudar esta situação elegendo mais mulheres comprometidas com a classe trabalhadora e com as causas feministas no parlamento estadual e federal e governantes com sensibilidade social. Somos mais da metade do eleitorado”, afirma a diretora do Sindicato e diretora da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-RJ, Marlene Miranda. .
Fora do mercado de trabalho
Dados atualizados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (PNDA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até o 4º trimestre de 2021, mostra que mulheres com 14 anos ou mais de idade representam apenas 43,8% do total de pessoas na força de trabalho e 41,6% entre o total de ocupados e ocupadas. Entre as pessoas desocupadas as mulheres representam 52,2% e entre as pessoas fora da força de trabalho são 64,2%.
Segundo estudo da coordenadora do Dieese Nacional Patrícia Pelatiere e da técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional Adriana Marcolino, a situação só piorou nos últimos sete anos. A recessão, em 2015 e 2016, seguida de baixo crescimento nos três anos seguintes, fez crescer a já alta taxa de desemprego, a informalidade, a desigualdade de oportunidades e aumentou o número de pessoas subutilizadas da força de trabalho. E a desigualdade entre homens e mulheres se mantém no país.
A mulher quando engravida e precisa deixar de trabalhar para cuidar dos filhos enfrenta ainda mais dificuldade para conseguir ascensão profissional.
Segundo uma pesquisa do IBGE, em 2019, a participação das mulheres sem filhos na força de trabalho é 35,2% maior em relação à participação daquelas com filhos. Ao contrário, os homens que têm filhos não enfrentam nenhuma desvantagem.