EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
A Campanha Nacional das Bancárias e Bancários deste ano tem desafios ainda maiores para a categoria. Vivemos uma das piores conjunturas políticas e econômicas da história do país. A vida tornou-se muito mais difícil, os preços de alimentos, combustíveis e de tudo não param de subir, a moeda e o salário perdem poder de compra e para conter a inflação, o governo Bolsonaro eleva ainda mais os juros, aprofundando a recessão.
Crise
Não é apenas por causa da crise sanitária da pandemia da Covid-19 e agora, de uma guerra na Ucrânia, que temos a situação do país agravada, mas principalmente pela política econômica recessiva do ministro da Economia Paulo Guedes, de retirada de direitos, arrocho salarial e privatizações.
A crise afeta em cheio a categoria e todos os trabalhadores. Os números oficiais mostram que mulheres e negros são os mais atingidos. A pandemia deixou mais da metade das mulheres sem emprego. Em 2020, a taxa média de desemprego entre os homens foi de 11,9%, enquanto entre as mulheres chegou a 16,4%. Entre as negras, que sofrem discriminação racial e de gênero, o desenprego é oito vezes maior do que o de homens brancos.
Desafios em 2022
Somos as mais atingidas pela crise. Por isso, este ano, mais do que nunca, a campanha salarial da categoria não poderá se resumir apenas às pautas tradicionais de melhores salários, garantias de direitos históricos, como a jornada de seis horas, o descanso remunerado nos finais de semana e os tíquetes refeição e alimentação, toda hora ameaçados pelo governo Bolsonaro, mas combater também o fim das metas desumanas e do assédio moral, proteger os empregos e defender os bancos públicos, contra a ameaça das privatizações. Não dá para aceitarmos o retrocesso disfarçado por um discurso anti-político e de criminalização dos movimentos sindical e social, que resultou na tragédia deste que é pior governo da história da República, tornou a vida ainda mais difícil e oficializou o ódio machista, racista e homofóbico. O desafio é de todas as brasileiras e de todos os brasileiros. Mas, se é verdade que esta crise afeta ainda mais a nós, mulheres, é verdade também que está em nossas mãos dar a virada que precisamos em 2022, por um Brasil justo, democrático, com igualdade de oportunidades e sem preconceito e discriminação e para uma campanha salarial vitoriosa. Somos 52% do eleitorado do Brasil. E não há como negar que as eleições deste ano terão papel fundamental no futuro que queremos para nós, para toda a categoria e o nosso país. A primeira missão é derrotar este governo fascista de Bolsonaro e no Rio, o seu aliado Cláudio Castro. A segunda, eleger um governo popular e democrático no Rio que proteja a população pobre do extermínio de ações policiais que atiram para perguntar depois nas favelas e periferiais, e no país, um governo que restabeleça o desenvolvimento econômico e social, gerando mais emprego e renda e que combata toda a forma de discriminação.
Hora de participar
Este futuro melhor que todos desejamos começa agora, com a participação feminina nas atividades deste dia 8 de Março se estendendo pela campanha salarial até as eleições de outubro de 2022. Ampliar a representação feminina, mas com mulheres que defendam os trabalhadores, será fundamental. Escolher representantes compromissados com as causas populares é o caminho para o começo de nossa virada. Vamos à luta, vamos às ruas, participar da campanha nacional da categoria e das mobilizações sociais, junto com nosso Sindicato, para um futuro melhor e uma sociedade justa para todos. É neste espírito de indignação e unidade que convido todas as bancárias, mas também os bancários, para uma grande mobilização que possa mudar a nossa história rumo ao desenvolvimento, a geração de empregos e de renda, a igualdade de oportunidades e um Brasil livre e soberano, que começa com a emancipação popular e com a ruptura deste modelo econômico rentista dominado pelos bancos. Vamos juntas.
Kátia Branco
Vice-presidenta do SeebRio