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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A maior parte dos brasileiros sempre preferiu a carne bovina à mesa, sem falar no aspecto social daquele churrasco com os amigos. Na questão da saúde, médicos consideram a proteína da carne importante na alimentação. No entanto, a desastrosa política econômica do governo Bolsonaro, que torna a vida do povo cada vez mais difícil, tem tornada rara a presença de um suculento contra-filé ou mesmo uma peça de segunda à mesa dos brasileiros, fruto da mistura de inflação alta com aumento da pobreza no país.
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e tributação (IBPT) aponta que a carne bovina aumentou 133,7% em 2021, muito acima da inflação oficial, que ficou em 12,53%.
“Sentimos, cada dia mais, o peso dessa crise no bolso. A moeda brasileira, o real, está desvalorizando rápido e comer carne está cada vez mais difícil. Quem pode ainda substitui pelo ovo ou frango, mas muita gente não tem sequer o que comer. Não é só resultado da pandemia da Covid-19. A política econômica do ministro Paulo Guedes é desastrosa”, critica o diretor de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar.
Três anos de queda
O consumo de carne vem caindo em três anos consecutivos no país. Em 2020, recuou expressivos 10% em relação ao anterior. Para 2021, a estimativa é de a queda foi de pelo menos 2%, um consumo de 5,24 milhões de toneladas de carne bovina, o menor valor em 12 anos. Quando se considera o consumo por pessoa, o resultado é ainda mais modesto: 24,5 kg por ano, número próximo do registrado em 2005, 16 anos atrás.
O estudo dos economistas da IBTP mostra que outros produtos da alimentação subiram, em média, 29,4% acima da inflação, o que torna difícil para as famílias se alimentarem até do mais básico, como arroz e feijão.
Brasileiro mais pobre
Os preços não param de subir. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a cesta básica subiu em janeiro deste ano em 16 capitais. O Rio de Janeiro teve a terceira cesta mais cara do país (R$692,83), atrás apenas de Florianópolis (R$695,59) e São Paulo, que teve o mais alto valor (R$713,86). Sofreram as maiores altas, Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%).
“Fato é que o empobrecimento da população brasileira só aumentou no governo Bolsonaro”, critica Almir.
Entre 2019, primeiro ano da gestão Bolsonaro, e 2020, a renda média dos trabalhadores caiu de R$2.292 para R$2.213, menos 3,4%, o menor patamar em 12 anos. No trimestre fechado em novembro de 2021, nova queda na renda do povo: 11,4%.
A renda média no trimestre terminado em outubro de 2021 apresentou queda de 4,6% (R$2.449), a menor em da história, desde a série iniciada em 2012.
A fome já atinge 19 milhões de brasileiros.
“Este governo é uma catástrofe econômica e social”, completa Almir.