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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações da Contraf-CUT
O Comando Nacional dos Bancários apresentou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma pesquisa sobre consequências físicas e psíquicas sofridas por bancários que foram contaminados pelo novo coronavírus.
O estudo, coordenado pelas professoras doutoras Clarissa Yassuda e Márcia Bandini, sob o título “Avaliação longitudinal do Impacto do SARS-CoV2 no sistema nervoso em bancários” foi mostrado aos bancos nesta terça-feira (8), em uma reunião realizada por meio digital. As acadêmicas também participaram do encontro virtual.
Mais que sequelas
Márcia Bandini revelou que prefere utilizar a palavra “efeitos prolongados” ao invés de “sequelas desta doença”, completando: “Aparentemente, os efeitos da Covid-19 são temporários. A gente sabe que nossos colegas de trabalho ou familiares que foram contaminados não são os mesmos. A gente sempre soube, também, que a Covid-19 provoca efeitos logo após a passagem da doença. Alguns deles descobrimos que passam no curto prazo, outros não”, disse. Clarissa Yasuda disse ser uma “satisfação” o fato de os dados do estudo coletados “serem úteis para os trabalhadores e a sociedade”.
Avaliação do Comando
A coordenadora do Comando Nacional e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, disse que o encontro também serviu para reforçar as reivindicações da categoria com relação aos protocolos de segurança sanitária, que garantem a saúde e a vida da categoria.
“Queremos que os trabalhadores sejam atendidos, assistidos, cuidados, para que depois não vire afastamento, com efeitos piores, e, posteriormente, demissões. Nós queremos continuar com este debate na mesa e também fazer uma discussão banco a banco”, destacou a sindicalista.
A presidenta em exercício do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro Kátia Branco, reafirmou que é inaceitável que o sistema financeiro continue colocando os lucros acima da saúde e da vida da categoria.
“Os bancos parecem seguir a linha negacionista do governo Bolsonaro, a qual apoiam, em alguns casos tentando impor o retorno ao trabalho presencial de forma unilateral, sem dialogar com os trabalhadores, cobrando metas desumanas e demitindo funcionários”, como é o caso do Santander e de outras instituições financeiras”, afirma.
Kátia destacou ainda que o estudo apresentado “servirá como base para o Comando Nacional da categoria continuar negociando com os bancos, a melhoria dos protocolos de proteção à vida de todos os bancários e bancárias”.
“É preciso levar em consideração às sequelas que como disseram as professoras, podem ter efeitos prolongados, e os bancos têm a obrigação de assistir e proteger seus funcionários”.
O secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, também ressaltou a importância do acompanhamento da saúde dos trabalhadores no pós-covid.
“Essa pesquisa tem mostrado uma necessidade séria de ter um cuidado especial com o pós-covid. A doença impacta a saúde e a vida profissional. Tem colega voltando sem plenas condições para os trabalhos. Precisamos nos debruçar sobre esta situação, com informações sérias, dados concretos, pesquisas cientificas, para aprofundar este tema e definir algumas medidas que resolvam o problema. Nós temos responsabilidade na representação dos colegas e os bancos têm responsabilidades com a saúda e a vida dos seus trabalhadores”,
Sindicatos cobram manutenção do feriado no Carnaval
O Comando Nacional dos Bancários cobrou ainda da Fenaban, que o feriado do carnaval seja respeitado pelos bancos.
“Não há porque trabalhar neste feriado. O fato de a gravidade da crise sanitária, com as variantes da Covid-19 sendo disseminadas de forma ainda mais rápida, impedir a festa de blocos e desfiles não significa que os bancários e bancárias não tenham o direito ao descanso, ainda mais que o estresse dos trabalhadores tem sido dobrado em função desta pandemia”, conclui Kátia.
Em resposta à reivindicação dos sindicalistas, a Fenaban informou que não haverá atendimento ao público nas agências na segunda e na terça-feira (28 de fevereiro e 1 de março). Na quarta-feira de cinzas (2), o atendimento começará ao meio dia, com fechamento no horário normal. Nas localidades em que os fechamentos são antecipados, desde o início da pandemia, será garantido o mínimo de três horas de atendimento.