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Imprensa SeebRio
A disparada do número de contaminados pela covid-19, sobretudo pela variante Ômicron, mostra o aumento do risco à saúde e à vida da categoria bancária, o que exige a cobrança aos bancos que não apenas cumpram os protocolos existentes, como ampliem as medidas de prevenção. Este foi o entendimento geral da plenária virtual bancária organizada pelo Sindicato nesta quarta-feira (26/1) para a troca de informações sobre como o problema está sendo tratado em cada banco.
O presidente do Sindicato, José Ferreira, fez uma saudação inicial, mas somente acompanhou a reunião, pois ainda está em recuperação de um infarto recente. A presidenta em exercício do Sindicato, Kátia Branco, disse que diante da gravidade da situação existe a necessidade de redobrar os cuidados e não flexibilizar as medidas de segurança, como estão fazendo os bancos.
“Estamos numa terceira onda da covid-19 que vem muito forte com uma explosão de casos de contaminação com o risco sendo levado também às famílias. Temos cobrado da Federação Nacional dos Bancos o cumprimento do protocolo assinado em 2020 entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, já que os bancos optaram, depois, por fazer protocolos individuais”, frisou.
Entre as medidas que têm que ser colocadas em prática neste momento, a maioria fixada no protocolo, e que devem ser efetivamente cumpridas, a dirigente listou: o fechamento das unidades com casos confirmados para a sanitização; afastamento de todos até a testagem geral; exigência aos clientes da apresentação da carteira de vacinação; distribuição de máscaras PFF2 e KN95 pelos bancos; retomada do home-office; redução do horário de atendimento; fornecimento de álcool-gel 70%; marcação do distanciamento; e suspensão das visitas a clientes.
Recorde de casos de covid
O médico sanitarista Carlos Vasconcelos, da Prefeitura de Volta Redonda e diretor do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, participou da plenária como convidado. Frisou que estamos vivendo um momento de recorde de casos de covid-19, uma situação grave de grande expansão sobretudo da variante Ômicrom sete vezes mais transmissível que a covid original e as outras cepas.
“É uma variante perigosa. Nos primeiros dias aparecem sintomas leves, gerando uma falsa ilusão de gripe. Mas evolui para uma forma grave, levando a internações, principalmente em não vacinados, maiores de 60 anos, os com comorbidades, podendo levar à morte”, explicou. “Em função da Ômicron há no Rio de Janeiro uma fila de mais de 250 contaminados graves à espera de leitos”, informou.
Testagem nos bancos
Para minimizar os impactos desta variante listou algumas medidas: acesso à internação; aumento do número de profissionais de saúde e da testagem que deve ser em massa, na rede pública e privada. Disse que pela característica do trabalho feito pelos bancários, com atendimento diário ao público, é preciso cobrar a testagem sistemática de toda a categoria, com o RT-PCR e estabelecer protocolo de isolamento.
“Sete dias é razoável para assintomático positivo. E de dez dias para os que continuam com sintomas da covid”, argumentou. Outra medida importante é o uso obrigatório das máscaras PFF2 e KN95. “As de pano comprovadamente não funcionam”, disse.
Afirmou que a doença que contamina no trabalho exige a emissão da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). “Mais de 15 dias com a doença, deve ser afastado do trabalho pelo INSS”, disse. Acrescentou que bancários do grupo de risco devem ter acesso prioritário à vacina. Frisou que os bancos têm que tornar obrigatória a vacinação, para proteger a pessoa, seus colegas e sua família. E defendeu a limpeza sistemática dos aparelhos e dutos de ar-condicionado. “Isto pode minimizar a contaminação”.
“Os bancos precisam investir nas medidas de prevenção. Seriam burros se não fizerem isso, porque a categoria vai adoecer, e este absenteísmo será ruim para o próprio banco”, argumentou.
CCT
Adriana Nalesso, presidenta da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ), lembrou que o protocolo com medidas de prevenção foi negociado em março de 2020 e faz parte da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), assinada com a Fenaban. “Hoje chegamos a mais de 224 mil contaminados em 24 horas, um triste recorde que demonstra a gravidade da pandemia. Mesmo assim, os bancos estão negando esta gravidade, não respeitam a cláusula do protocolo que consta da CCT em vigor e optam por estabelecer protocolos individuais que também não respeitam”, frisou.
Lembrou que o empregador tem responsabilidade em garantir os meios para assegurar a segurança, a saúde e a vida dos empregados e se não fazem isto, podem ser responsabilizados. “Há um surto de covid na categoria e isto é responsabilidade dos bancos”, advertiu. A dirigente defendeu a adoção e o cumprimento de um protocolo único.
Desrespeito aos protocolos
Os integrantes das comissões que representam os funcionários de cada banco deram durante a plenária, informações, dando conta de que, tanto nos bancos públicos, por orientação do governo, quanto nos privados, os protocolos, a maioria insuficiente, não estão sendo respeitados. Outra avaliação unânime foi a de que o retorno ao presencial, inclusive com o grupo de risco, fez disparar o número de contaminados.
Também chamaram a atenção para a necessidade de que os gestores façam cumprir as medidas. Foi também opinião geral a importância de lutar pela suspensão das metas durante a pandemia e a de que para que os protocolos sejam respeitados é necessária a participação e o empenho da categoria.
Denúncias ao GT do Sindicato
Rodrigo Silva, diretor da Secretaria de Trabalho de Base do Sindicato, informou que diante do crescimento das demandas da categoria bancária em função do aumento do número de contaminados, o Sindicato criou um Grupo de Trabalho (GT), com representantes de várias secretarias (de Bancos Públicos, Bancos Privados, Saúde, Jurídico e de Trabalho de Base) para atender as pessoas e receber denúncias ligadas ao desrespeito a medidas de prevenção e ocorrência de contaminações. O contato deve ser feito pelo chat que pode ser acessado no site do Sindicato (www.bancariosrio.org.br) e pelos telefones 2103-4123 e 2103-4150.