EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Nota de pesar das secretarias Nacional de Combate ao Racismo e da Cultura
A Central Única dos Trabalhadores, por meio da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo e da Secretaria Nacional da Cultura, recebeu com grande pesar a notícia da morte da artista e cantora Elza Soares, nesta quinta-feira (20), aos 91 anos. De acordo com assessoria da artista, a morte, por causas naturais, ocorreu em sua casa, no Rio de Janeiro.
Considerada a "voz brasileira do milênio", em 1999, Elza Soares venceu o Grammy Latino na década seguinte. Bem antes disso, havia participado do programa "Calouros em Desfile", comandado por Ary Barroso, e cantado "Lama". O primeiro contrato foi assinado em 1960, incluindo ainda uma turnê internacional. Elza Soares conquistou as pessoas ao redor do mundo, sempre usando sua poderosa voz para denunciar a fome, o racismo e defender o direito das mulheres.
Nos últimos anos fez grandes participações com outros cantores negros e, em 2015, lançou o 32º álbum com todas as músicas ineditas e com o forte título: Mulher do fim do mundo. O álbum foi altamente premiado e celebrado por criticos. Em 2018, lançou o disco, Deus é mulher, mostrando que não tinha medo de falar sobre política, racismo, religião e sociedade. E talvez tenha rendido o seu melhor trabalho musical.
Elza Gomes da Conceição, mulher negra, mãe de oitos crianças, que perdeu dois filhos para fome – desnutrição -, nasceu na favela da Moça Bonita, atualmente Vila Vintém, no bairro de Padre Miguel, no Rio de Janeiro. Com essa vivência, fez da sua realidade arte através do seu discurso ao cantar de forma afinada e singular em favor de uma sociedade sem racismo, sem fome, machismo e mais justa para a população negra.
Foram 34 discos lançados que caminharam do jazz ao samba, do hip hop ao MPB, da eletrônica ao pop. Com uma voz inconfundível, a cantora que foi enredo da escola da Mocidade no último carnaval (2020), foi além da música, uma artista sem rótulos, um ícone da cultura nacional.
“Eu sou muito pirada, eu sou uma criatura muito viva, muito ativa, acho que tudo que está na minha cabeça tem que acontecer, eu quero pular corda, eu quero estar feliz, eu quero malhar, eu quero acordar cedo, eu quero, entendeu?”
Obrigada Elza Soares.