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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Será nesta quarta-feira (5/1) o protesto para exigir do governo genocida de Bolsonaro a imediata vacinação de crianças de 5 a 11 anos. A manifestação acontece ao meio-dia em frente ao prédio do Núcleo do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro (Nerj), na rua México 128, no Centro da Cidade. Toda a sociedade está sendo convocada para repudiar as criminosas tentativas de Bolsonaro para barrar ou dificultar a vacinação desta faixa etária.
O ato está sendo organizado pelo Movimento pela Vacinação das Crianças (Movac) formado por pais e mães de estudantes de várias escolas, criado, inicialmente, por responsáveis de alunos do Colégio Pedro II e dos Coletivos Resistência CP2, CP2 Diverso e Democrático e Comissão de Mães, Pais e Responsáveis de Alunos dos Campi São Cristóvão – CPII. Vários países já estão vacinando suas crianças e fortalecendo a barreira que dificulta a circulação e transmissão do vírus. Quanto mais pessoas vacinadas, maior é a proteção de todos contra o vírus.
Queiroga: “só 301 crianças mortas”
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga chegou a dizer que o número de 301 crianças mortas por Covid-19 ‘é considerado um patamar aceitável’ e ‘seria precipitação incluir a vacinação para essa faixa-etária’, ignorando o parecer técnico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvosa) e da Fundação Oswaldo Cruiz (Fiocruz) que defendem a ampliação da vacinação para crianças que já contabilizam 2.293 mortes na faixa etária de 0 a 19 anos em 2021.
O diretor-presidente da Anvisa, contra-almirante Barra Torres, rebateu Queiroga lembrando que 301 crianças na faixa de 5 a 11 anos foram mortas pela desde que a Covid começou até o início do mês de dezembro. “Nesses 21 meses, numa matemática simples, nós teríamos um pouquinho mais de 14 mortes de crianças ao mês, praticamente uma a cada dois dias”, disse Barra Torres.
O governo criou uma barreira para que as crianças sejam vacinadas com prescrição médica e ameaçou expor os nomes das técnicas e técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram a vacinação infantil. Em nota oficial, o Movac lembra que deve-se considerar que, além da reação contra trabalhadores da Anvisa, também é absurdo exigir a declaração médico-pediatra para vacinar as filhas e filhos das famílias de trabalhadores e da classe popular que hoje já enfrentam dificuldades para conseguir atendimento nas redes públicas e particulares de saúde.
Entidades exigem vacinação
No documento, o Movimento frisa que o governo Bolsonaro, desde o início da crise sanitária, tem dificultado o acesso à vacinação que conseguiu avançar graças à pressão popular e da instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito - "CPI da Covid". “A luta atual é para que crianças de 5 a 11 anos, o que corresponde, em números, a 17,1% da população (35,5 milhões de crianças) tenham o seu direito garantido de receber a imunização contra o coronavírus pela vacina, validada pela Anvisa desde o dia 16/12/2021. Não podemos admitir nenhuma retirada de direitos! Vacina para todas as crianças já!”, enfatiza o documento.
A nota oficial frisa que a vacinação de crianças foi defendida também pela Sociedade Brasileira de Pediatria, a Fiocruz e o CONASS, instituições de referência em pesquisas e diretrizes em saúde. A Fiocruz alerta que “diante da transmissão e avanço da variante Ômicron em diversos países, existe uma preocupação com seu maior poder de transmissão, especialmente, em indivíduos não vacinados, o que faz das crianças abaixo de 12 anos um grande alvo dessa e possivelmente de outras variantes de preocupação.
Economizar com a vida
O governo Bolsonaro com esta atitude mostra que não tem o mínimo respeito para com a vida das crianças e que faz tudo para economizar dinheiro, como fez no caso da vacinação de adultos, desde o início da pandemia.
Pressionado por centenas de entidades por sua decisão de não vacinar crianças de 5 a 11 anos, o ministro Queiroga passou a dizer que a vacinação dessa faixa etária começaria "a partir da segunda semana de janeiro de 2022". No documento o Movac explica que, “mesmo assim, o ato no dia 5 é pertinente, pois não confiamos nesse governo e não sabemos em quais condições e que processos serão impostos para que a população tenha acesso à campanha vacinal”.
“O governo insiste em adotar medidas que negam a responsabilidade das políticas públicas no combate ao coronavírus e atua tanto na disseminação de desinformação sobre as vacinas quanto na ação insistente em criar dificuldades de acesso ao imunizante. A despeito dos pareceres favoráveis à vacinação das importantes entidades supracitadas, de forma inédita e incoerente, o Ministério da Saúde resolveu fazer consulta e audiência públicas para saber a opinião da população sobre a decisão científica, ou seja, usou os instrumentos democráticos de pesquisa à opinião do povo para, na prática, postergar o início da vacinação das crianças e gerar insegurança das informações sobre a vacina”, denuncia o Movac.