Segunda, 03 Janeiro 2022 22:48

É preciso garantir uma campanha salarial vitoriosa e derrotar Bolsonaro

 

Este ano de 2022 será de muitos desafios para os trabalhadores, em particular para a categoria bancária. Dirigentes sindicais apontam como lutas prioritárias a Campanha Nacional dos Bancários, a eleição de um candidato que derrote Bolsonaro e sua política que destruiu o país e a ampliação das mobilizações contra projetos do governo que retiram direitos dos trabalhadores em tramitação no Congresso Nacional.

Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), lembra que a campanha ocorrerá numa economia quase em recessão, com desemprego alto, bancos lucrando muito, mas fechando agências. “Teremos importantes assuntos a debater como a questão do emprego, tanto do setor privado, quanto do público. E temos o desafio de manter a mesa única porque ela é fundamental para os nossos objetivos. Temos que estar mobilizados para isto. Precisamos manter os nossos direitos que estão na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e nos acordos específicos”, afirmou.

Para Kátia Branco, presidenta em exercício do Sindicato, a categoria bancária terá pela frente muitos desafios. “Embora num cenário caótico e de crise agravada pela pandemia, nós conquistamos a CCT por dois anos e aumento real de salário. A Convenção Coletiva é uma conquista nacional. Por isso ela é tão importante para nós. E garantir e ampliar os direitos que nela constam será um grande desafio”, avaliou

Organizar cedo a campanha

Juvandia acrescentou ser preciso começar a campanha cedo. “O Comando Nacional dos Bancários deve definir um calendário de assembleias, de consultas à base, num processo intenso de mobilização para que a campanha seja feita junto com os bancários e bancárias. Sempre fazemos grandes campanhas e vamos repetir em 2022, garantindo aumento real e discutindo esta reestruturação que os bancos estão fazendo”, disse.

Adriana Nalesso, presidenta da Federação Estadual dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ) avaliou que como este ano a campanha começará antes que se definam as eleições para a Presidência da República, Câmara dos Deputados e Senado, o principal desafio será a manutenção dos direitos da categoria. “Nossos direitos estarão sob ataque, inclusive com apoio governamental. Temos visto que a toda hora surge uma medida provisória, um projeto de lei que retiram direitos da categoria bancária como o descanso sábados e domingos, jornada de seis horas, entre tantos outros”, exemplificou.

Eleições

Outro assunto importante apontado por Juvandia são as eleições no Brasil. “O mundo tem interesse nessa eleição. E nós temos que avaliar bem em quem vamos votar. Bolsonaro, por exemplo, foi um presidente cuja política econômica e de saúde para a pandemia foram desastrosas. Além de projetos e decretos retirando direitos dos trabalhadores, como o que praticamente acaba com os vales alimentação e refeição fora as privatizações como a do Banco do Brasil que ele já disse que se for reeleito vai fazer”, lembrou.

Katia Branco frisou que o atual governo não mede esforços quando se trata de mexer nos direitos dos trabalhadores. Em relação aos bancários, no pacote de maldades está em foco a jornada de trabalho. “Está em debate na Câmara Federal o Projeto de Lei 1043/19, que autoriza a abertura dos bancos aos sábados e domingos. O repouso remunerado é fruto de uma árdua luta. A proibição do trabalho do bancário aos sábados é imposição da CLT (art. 224) e foi conquistada na greve nacional da categoria em 1962”. frisou.

A presidenta do Sindicato observou que 2022 será um ano difícil, mas também de novas perspectivas para a sociedade por conta do processo eleitoral que já está curso no país. “Eleger um presidente sensível aos anseios dos trabalhadores é fundamental para a vida voltar à normalidade, à segurança que a população perdeu com a eleição do Bolsonaro e a chegada da sua alma gêmea, a pandemia que levou a vida de mais de 600 mil brasileiros”, argumentou.

Adriana Nalesso destacou como extremamente importante, não só derrotar Bolsonaro, como aqueles que defendem o mesmo projeto político que ele vem colocando em prática, numa referência ao seu ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, entre outros. “Um projeto de retirada de direitos, precarização das relações de trabalho, privatizações. É um governo que é um desastre, negacionista, que não se preocupa com o meio ambiente, que está ali para favorecer os interesses da elite brasileira”, ressaltou.

 

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