Quarta, 29 Dezembro 2021 17:34

BB e Itaú ignoram descontrole da covid-19 e ameaçam com horário normal de agências

Itaú e Banco do Brasil anunciam retorno ao horário normal de funcionamento sem dialogar com a categoria e em plena explosão de casos das variantes da covid-19 no mundo Itaú e Banco do Brasil anunciam retorno ao horário normal de funcionamento sem dialogar com a categoria e em plena explosão de casos das variantes da covid-19 no mundo

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Em meio ao alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) da iminência de uma nova onda de covid-19 no Brasil, o Itaú e o Banco do Brasil anunciaram a retomada do horário normal de atendimento nas agências, das 10 às 16 horas. Segundo a entidade, o país com o segundo maior número de mortes pela doença no mundo, precisa estar preparado para um aumento de novos casos, como vem ocorrendo atualmente na Europa e em vários países da América Latina, ao mesmo tempo que pediu o fim de desinformações que afetam o combate à pandemia.

Negacionismo bolsonarista

Em dois anos, a pandemia infectou 280 milhões de pessoas e provocou 5,4 milhões de mortes. Os EUA têm o maior número acumulado de mortes, 810 mil; o Brasil o segundo, com 618 mil, e a Índia, o terceiro, com 480 mil. O Banco do Brasil parece descolado da realidade, refletindo o negacionismo do governo Bolsonaro, seu controlador, alegando ter tomado a decisão devido ao ‘cenário atual de avanço da imunização, reabertura da economia e a flexibilização do isolamento social’.

Já o Itaú informou que o retorno será a partir de 4 de janeiro. Em comunicado à imprensa, informa que até 3 de janeiro, as agências continuarão operando em horário especial: de 10h às 14h.

Alerta da OMS

O risco provocado pela variante ômicron em todo o planeta permanece "muito elevado", advertiu a OMS, em um momento de propagação mundial dos contágios, com recordes de casos diários na Espanha, França e Reino Unido, além de aumentos expressivos na Argentina, Bolívia, Peru e Bolívia, países limítrofes com o Brasil. "O risco geral relacionado com a nova variante de preocupação ômicron permanece muito elevado", alertou a OMS em seu relatório epidemiológico semanal.

Segundo o documento, a situação é muito perigosa. "Evidências consistentes mostram que a variante ômicron tem uma vantagem de crescimento sobre a variante delta com um período de dois a três dias para duplicar-se e aumentos rápidos de casos são vistos em vários países", completou a organização.

Diferentemente do que vem acontecendo no Brasil, este cenário levou diversos países a retomar restrições, suspender as festas de Ano Novo e reforçar a vacinação, com primeiras doses para as pessoas não vacinadas ou com doses de reforço para as demais. O aumento de casos chegou à América Latina e Caribe, onde a epidemia parecia estar relativamente controlada há algumas semanas. No momento, os contágios aceleram na região, que acumula 47 milhões de infecções e quase 1,6 milhão de mortes.

A propagação coincide com o aumento de casos da variante ômicron no Panamá, Colômbia, Chile, Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela, México, Cuba e Equador. Na Argentina, os casos multiplicaram por seis desde o início do mês e na terça-feira foram registrados 33.902 novos positivos, 10.000 a mais que no dia anterior.

No Peru, os contágios dobraram em um mês, enquanto a rica região boliviana de Santa Cruz enfrenta a "pior tempestade" desde o início da pandemia, disse Carlos Hurtado, gerente de epidemiologia do departamento de saúde do governo local.

Os países da região tentam reforçar a proteção com as vacinas, mas também com restrições. No Brasil, quase todas as capitais de estados cancelaram as festas de Ano Novo, mesma medida anunciada pela prefeitura da Cidade do México.

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