EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Um ano em que fomos postos à prova. A fragilidade da vida, do sustento das famílias e até da democracia marcaram 2021. Quando nós do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro olhamos para o ano que vai chegando ao fim, observamos um período tão complexo que será preciso tempo para entendê-lo. A Covid-19 causou, somente este ano, mais de 420 mil mortes no país. Mais do que o dobro das vidas perdidas em 2020, entre elas milhares que poderiam ter sido poupadas se não tivéssemos um governo negacionista, desumano e incompetente. Entre as vítimas, muitas bancárias, bancários e companheiros de luta de nosso Sindicato. Perdemos várias pessoas queridas, que fizeram parte da nossa história, motivo de tristeza profunda. Os problemas de saúde, que não se resumem aos causados pelo novo coronavírus, também nos surpreenderam com o infarto grave sofrido pelo presidente José Ferreira. Apesar do enorme susto inicial, o guerreiro Zé está se recuperando bem e fez desse processo de cura uma das melhores notícias deste fim de ano.
Num mundo que parece girar cada vez mais rápido, a posse da gestão Unidade na Luta, comandada por Zé Ferreira, parece ter sido há muito tempo, mas faz parte da história de 2021. A campanha da chapa e a posse foram marcadas pela proposta de união como única estratégia possível diante de tantos desafios. Apenas sete meses depois, temos certeza do acerto dessa escolha. A ampliação das alianças nos fez mais fortes. Nossa retrospectiva não deixa dúvidas de que os banqueiros não saíram mais humanizados da pandemia. Ao contrário, apesar do discurso comovente de que preservariam empregos e protegeriam clientes e funcionários(as), o que se viu foi uma sede de lucro assustadora. Com linguagem corporativa que disfarça o horror de suas estratégias, demitiram, fecharam agências, aterrorizaram com metas inalcançáveis piorando a qualidade de trabalho e o atendimento.
Diante desse quadro, o Sindicato dos Bancários Rio, com ação articulada com outras entidades como a Federa-RJ, a Contraf-CUT, a CUT e sindicatos de todo o país, intensificou a luta, percorrendo agências em diferentes regiões da cidade, dialogando com a categoria e com a população.
Atuamos também firmemente nas redes sociais, ampliando nossos seguidores e colaborando com a visibilidade de hashtags que denunciaram a ganância dos bancos e incomodaram os banqueiros. E conseguimos vitórias. Nosso sindicato reintegrou 217 bancários e bancárias demitidas desde o início da pandemia. São 217 famílias que escaparam do desemprego em tempo de crise econômica tão grave.
A luta nos bancos públicos não foi mais leve. O projeto do governo Bolsonaro, e seu ministro Guedes, de desmontar o Banco do Brasil e a Caixa para preparar a privatização, foi alvo de enfrentamento permanente. Na Caixa, ainda denunciamos o uso político do banco - que se transformou em espaço de campanha eleitoral de Pedro Guimarães e Bolsonaro - a humilhação imposta aos seus empregados e empregadas e resistimos à desestruturação do Saúde Caixa. Cada peça desse quebra-cabeças, que forma o ano que se encerra, faz parte de um contexto mais grave de ameaça à democracia e ao Brasil como nação. O desgoverno, preocupado apenas com os interesses de sua própria família afundada em denúncias, usa a igreja e o discurso de ódio como práticas para tirar direitos e destruir nosso país. Essa é uma triste realidade que impacta a todos nós. E, por isso, temos orgulho de, seguindo a tradição de nosso sindicato, ter estado nas ruas em todas as manifestações convocadas pelo #ForaBolsonaro.
Não é uma luta partidária: é uma luta por direitos, contra injustiças, pela vida. Mas sim, as decisões políticas e eleitorais impactam diretamente nas nossas vidas, mesmo dos que acham que estão a salvo dass consequências de suas escolhas. Por isso, ao nos prepararmos para 2022, precisamos olhar para trás, não só para o ano que se encerra, mas para a história do país. Avaliar o passado para orientar nossas escolhas nesse futuro tão próximo. 2022 será decisivo para o Brasil, um país que não suportará muito tempo mais tempo um governo assassino que suga nossos recursos e destrói nosso patrimônio.
O quebra-cabeça que precisamos montar com os meses de 2022 precisa ser de peças que nos tragam alento, esperança, recuperação da dignidade do povo, o fim da miséria e, o retorno de conquistas que nos foram roubadas. Deve ser também de união para que a campanha nacional da categoria bancária seja vitoriosa.Nunca foi fácil e sabemos que não será, mas já aprendemos que a unidade na luta é o caminho. E com ela seguiremos.
Feliz Ano Novo!
Diretoria do Sindicato dos
Bancários do Rio de Janeiro