Sexta, 17 Dezembro 2021 17:43

Vitória da pressão social: floresta do Camboatá agora é área de conservação

Pressão barrou projeto de transformação da floresta em autódromo Pressão barrou projeto de transformação da floresta em autódromo

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Após uma luta de resistência de mais de oito anos, as entidades do movimento social que lutam pela defesa do meio ambiente fizeram com que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, sancionasse a lei que criou uma nova unidade de conservação da cidade, o Refúgio da Vida Silvestre do Camboatá. A lei 7.183 foi aprovada pela Câmara dos Vereadores e estabelece proteção à Floresta do Camboatá, que vinha sendo ameaçada de ser transformada num autódromo.

Para Cida Cruz, diretora da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato, esta foi uma importante conquista de toda a sociedade. Com área de 171,58 hectares, vai preservar um dos últimos remanescentes de floresta de Mata Atlântica de Baixada da capital. A mata também abriga espécies em extinção, como os rivulídeos – conhecidos como “peixe das nuvens” – e exerce papel fundamental na conexão entre os maciços do Gericinó-Mendanha, Pedra Branca e Tijuca.

Como parte do processo de pressão, o deputado Carlos Minc (PSB-RJ), conseguiu aprovar projeto na Assembleia Legislativa (Alerj), em 2018, que anexava a Floresta do Camboatá, em Deodoro, Zona Norte do Rio de Janeiro, ao Parque Estadual do Mendanha-Gericinó. Mas ficou engavetado por pressão dos governos Bolsonaro, Wilson Witzel Witzel e Marcelo Crivella. Da mobilização em torno do projeto participaram entidades do movimento social, artistas, jornalistas e ambientalistas.

Cúpula dos Povos

No último dia 14 aconteceu a primeira plenária de preparação da Cúpula dos Povos Rio+30. O evento acontecerá de 25 a 27 de maio de 2022, no Rio de Janeiro será internacional e ocorrerá no momento em que se completará 30 anos da realização da ECO-92 que definiu uma agenda de defesa do meio ambiente. A ela se seguiu a Rio+20, que recebeu representantes de movimentos socioambientais de todo o planeta.

Com sua agenda negacionista e genocida, o governo Bolsonaro se recusou a organizar a Rio+30 que, por isto mesmo, foi assumida pelos movimentos sociais – de defesa do meio ambiente, sindicatos, movimento de mulheres, movimento negro, contra a fome, trabalhadores sem-terra e sem teto, movimentos em defesa da saúde e da educação públicas, entre outros. Para organizar a Cúpula dos Povos Rio +30, foi realizada a plenária do último dia 14 que decidiu pela criação de grupos de trabalho para organizar os debates da cúpula por temas e definir os locais onde serão realizados, bem como receber os participantes de outros estados e países.

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, participou da plenária, através da diretora Cida Cruz, da Secretaria de Meio Ambiente. “O Brasil hoje se encontra exatamente na contramão desses esforços. Assim, o movimento social organizado está dando início ao processo de construção da cúpula que terá como resultado uma plataforma de políticas sociais em defesa do meio ambiente e de uma economia a favor dos povos e da vida”, disse, durante a plenária.

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