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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
A Contraf-CUT e seus sindicatos filiados em todo o país orientam a categoria bancária a responder à pesquisa sobre “Conflitos de valores, alterações de identidade e desgaste emocional em bancários”. O objetivo do psicólogo que elaborou o levantamento, Rui Carlos Stockinger, da Universidade Católica de Petrópolis (RJ), é melhorar a compreensão de fatores associados à Síndrome de Burnout, ampliando a possibilidade de diagnóstico e de tratamento, além de apontar para as causas da ocorrência e contribuir com propostas de cuidados com a saúde da categoria.
É essencial que os bancários e as bancárias respondam a pesquisa. Quanto maior a participação, melhor será a amostra e isso permitirá uma melhor compreensão sobre esse fenômeno preocupante que é o adoecimento mental em nossa categoria.
Todos os bancários podem responder à pesquisa e não precisa ter algum sintoma. Para responder às perguntas, basta clicar aqui.
Síndrome aumenta na categoria
Stockinger lembra que a síndrome apresenta crescimento expressivo entre bancários e tem entre os sintomas esgotamento físico e psicológico, distanciamento afetivo dos demais, certa insensibilidade ou perda do sentido do eu e baixa realização profissional, caracterizada por sensações e sentimentos de baixas eficácia e autoestima.
A ideia da pesquisa, inicialmente na base do Rio de Janeiro, surgiu a partir de contatos feitos pelo diretor da Secretaria de Saúde do Sindicato, Edelson Figueiredo com o psicólogo que deram origem a uma live sobre o tema exibida em agosto passado pelas redes sociais da entidade. A ideia foi levada ao secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Mauro Sales, que se interessou pela questão, sugerindo uma pesquisa de caráter nacional.
Edelson explicou que já há alguns anos os casos de doenças psicossomáticas, não somente a burnout, vêm crescendo assustadoramente na categoria, como consequência das demissões em massa, sobrecarga de trabalho, assédio moral e pressão desumana por metas de venda de produtos. “Há tempos o número de bancárias e bancários que procuram o Sindicato com depressão, síndrome do pânico, burnout, entre outras, ultrapassou os de lesões por esforço repetitivo (LER-Dort)”, constatou Edelson.
Sintomas do burnout
“Esta pesquisa investigará a relação entre conflitos de valores pessoais e éticos e alterações de identidade na Síndrome de Burnout em bancários, como por exemplo o distanciamento entre identidade pessoal e profissional, sentimentos de vazio, de perda de contato com as próprias vontades, o automatismo e rigidez no comportamento, sentimentos de incapacidade de refazer a vida fora da instituição bancária e sensações de recusa involuntária à ida ou permanência no ambiente de trabalho”, diz o pesquisador.
Para o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles, a Síndrome de Burnout representa atualmente um transtorno de enorme prevalência na atualidade. “Ainda é pouco conhecida e, portanto, sub diagnosticada, mas já se sabe que é geradora de outras morbidades e causa de um número crescente de afastamentos no trabalho com consequências na saúde, nas organizações de trabalho e apresenta crescimento expressivo entre bancários”, disse o dirigente da Contraf-CUT, lembrando que o nível de adoecimento psíquico na categoria é alto decorrente da pressão por resultados praticada pelos bancos. “Esta pesquisa vai nos ajudar a entender melhor essa realidade, auxiliando nossa ação sindical para enfrentar a situação, com propostas de novas formas de gestão e de cuidados com a saúde dos trabalhadores”, completou.