Quinta, 02 Dezembro 2021 14:42
DIREITO INTOCÁVEL

Descanso remunerado no sábado e domingo é sagrado para os bancários

Pressão dos sindicatos consegue retirar de pauta projeto que permitiria trabalho de bancários em finais de semana, mas a luta continua
A presidenta em exercício do Sindicato dos Bancários do Rio lembra que a mobilização da categoria precisa continuar para impedir o trabalho em finais de semana A presidenta em exercício do Sindicato dos Bancários do Rio lembra que a mobilização da categoria precisa continuar para impedir o trabalho em finais de semana Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

A pressão dos sindicatos impediu mais um ataque do Governo Bolsonaro aos direitos da categoria bancária. O Projeto de Lei 1043/2019, que obriga a abertura de agências bancárias aos sábados e domingos, entraria em votação na Comissão de Defesado Consumidor (CDC) da Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, 2 de dezembro. No entanto, o movimento sindical conseguiu, junto aos parlamentares de oposição, retirar a proposta da pauta.

“Mais uma vez, mostramos a importância dos sindicatos na vida do trabalhador e conseguimos o apoio dos deputados de oposição ao governo para preservar esta conquista histórica dos bancários e bancárias, que é a jornada de seis horas de segunda à sexta-feira, permitindo o descanso nos finais de semana”, disse a presidenta em exercício do Sindicato do Rio, Kátia Branco.

O relatório do deputado Fabio Ramalho (MDB/MG), que faz parte da base governista, dava parecer favorável à aprovação do Projeto de Lei 1043/2019, que obriga a abertura de agências bancárias aos sábados e domingos, mas graças as articulações dos sindicalistas com os deputados oposicionistas a categoria conseguiu a vitória, pelo menos por enquanto. Tiveram papel fundamental na suspensão da votação do PL 1043/2019, os deputados  federais Paulo Pimenta (PT/RS) e Ivan Valente (Psol/SP).
“Fizemos um trabalho estratégico nesta semana com os deputados Ivan Valente e Paulo Pimenta, membros da CDC, pra minar o projeto e, na noite de quarta-feira (1), a proposta foi retirada da pauta e o relatório devolvido ao relator. Neste ano, provavelmente, não será mais apreciado. Mas, estaremos atentos à tramitação e não sossegaremos até que o mesmo seja derrubado de vez”, disse o secretário de Relações do Trabalho e responsável pelo acompanhamento de questões de interesse da categoria no Congresso Nacional pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão.

A luta continua

A vitória dos bancários com a retirada do projeto da pauta de votações é apenas parcial. “Não podemos baixar a guarda até que este projeto seja derrubado de uma vez por todas. Por isso, a orientação é para que os bancários continuem acessando o site da Câmara dos Deputados para mostrar sua indignação, mandando e-mails e ligando para o gabinete do relator para mostrar sua insatisfação”, disse Jefão.
“Precisamos continuar pressionado os deputados. O trabalhador só consegue vitórias através da luta coletiva e não abrimos mão de nossos direitos. Temos que manter uma mobilização forte para enfrentar o lobby dos bancos, que sonham em impor aos bancários o trabalho nos finais de semana”, conclui Kátia.

 

Pressione os deputados

Para mostrar a sua discordância em relação ao PL 1043/2019 basta acessar aqui a enquete no site da Câmara dos Deputados, se cadastrar e clicar em ‘discordo totalmente’. Os bancários podem ainda mandar e-mails e ligar para o relator do projeto, deputado Fabio Ramalho (MDB/MG),  mostrando a insatisfação da categoria em relação à proposta.

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