Quarta, 01 Dezembro 2021 20:46
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No Brasil de Bolsonaro, renda dos brasileiros recua há 4 trimestres e é a menor desde 2012

Queda da renda confirma que novas vagas do mercado são de ocupações precárias e salários baixos, marca do atual governo
Inflação alta, carestia e desemprego: a renda média das famílias não para de cair e o povo brasileiro está ainda mais pobre no governo Bolsonaro Inflação alta, carestia e desemprego: a renda média das famílias não para de cair e o povo brasileiro está ainda mais pobre no governo Bolsonaro Getty Imagens/BBC

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Num feito esperado pelos economistas após o fim do pico da pandemia da Covid-19, marcado por um período de demanda de consumo reprimida e com o avanço da vacinação - que o presidente Jair Bolsonaro tanto desprezou, priorizando o tratamento precoce sem nenhuma fundamentação científica -  o desemprego caiu e chegou a 12,6% no terceiro trimestre de 2021, atingindo 13,5 milhões de pessoas. No entanto, apesar da queda do desemprego, os números não são animadores no Brasil. O rendimento real do trabalhador caiu 11,1%. Trata-se do menor rendimento médio real desde o 4º trimestre de 2012, que descontada a inflação foi de R$2.451. Há nove anos atrás a renda média do período ficou em R$2.438. Este é o quarto trimestre seguido de queda da renda média dos brasileiros.

A perda do poder de compra do povo confirma o fracasso da política econômica do governo Bolsonaro e do ministro da Economia Paulo Guedes, de retirar direitos e abrir vagas de trabalho ainda mais precário e com salário achatado para reduzir custos e elevar os ganhos dos patrões.

Desalentados e subocupados

 Além dos desempregados, o país reúne 5,1 milhões de desalentados e 7,8 milhões de subocupados. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na última terça-feira, 30 de novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O movimento de retrações começou no quarto trimestre de 2020, com perda de 4%, seguido por recuos de 0,8% no primeiro trimestre e de 2,8% no segundo trimestre.

A queda drástica do rendimento dos brasileiros também é afetada pela explosão inflacionária, que chegou em outubro deste ano a 10,67% no acumulado de 12 meses, a maior queda desde 2002, no final do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).  

“Bolsonaro e Paulo Guedes estão aprofundando a desigualdade social e a miséria, reduzindo a renda dos trabalhadores, mantendo o desemprego alto. Enfrentamos uma economia dolarizada com explosão inflacionária e quando as vagas surgem é de trabalho mais precário e com salários achatados. Não há, em nenhum país desenvolvido no mundo, mesmo nas economias liberais, um capitalismo construído sem a renda média das famílias. Este trágico ultraliberalismo de Guedes não tem precedentes no mundo”, disse a presidenta em exercício do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.

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