Segunda, 08 Novembro 2021 18:13
FLEXIBILIZAÇÃO E CONFUSÃO

A balbúrdia do horário de atendimento bancário

Febraban anuncia que cada banco definirá seu horário de atendimento ao público, num desrespeito à categoria e aos clientes e usuários

Desde a última segunda-feira, 1º de novembro, os bancos já poderiam retornar ao horário normal de atendimento (10h às 16h), em função da flexibilização das medidas de prevenção à Covid-19 pelos governos estaduais e municipais, a medida que avança a vacinação da população. O Sindicato dos Bancários do Rio avalia como precipitado o retorno à unidades físicas, que deveria ocorrer somente com 70% de toda a população integralmente imunizada, como afirmam os sanitaristas.

Retorno precipitado

No Brasil pouco mais de 50% estão vacinados com as doses necessárias (uma ou duas doses, dependendo da vacina). Com 100 milhões de pessoas totalmente imunizadas, o país é o 60o do mundo proporcionalmente à população total, atrás, inclusive, de outros países da América Latina, como Argentina, Chile, Uruguai, Equador, El Salvador e Cuba. Em números absolutos é o 4º que mais vacinou, porque tem uma população maior do que a maioria das nações.

Decisão unilateral

No período do auge da pandemia, os bancos tiveram seu horário de funcionamento reduzido, passando a ser das 9h às 14h. Para surpresa dos bancários e dos clientes, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) informou que cada banco adotará o seu próprio horário de atendimento ao público, “de acordo com suas características e estratégias internas”. Desta forma não haverá um horário padronizado, ou seja, cada instituição financeira adotará o horário de atendimento que melhor lhe aprouver.

Constrangendo clientes

Os sindicatos criticam a decisão unilateral dos bancos, sem dialogar com os bancários e criticam também o fato de os bancos forçarem uma barra para os clientes utilizarem os canais digitais, fechando unidades físicas e demitindo funcionários em massa. O Itaú chegou a divulgar uma nota informando “que orienta os clientes a priorizarem os canais digitais para efetuar operações que podem ser feitas dessa forma, como pagamentos de títulos e boletos, solicitação de segunda via de cartão, entre outros serviços”.
“Os bancos não respeitam ninguém, nem a categoria e muito menos a população. Imagine a confusão para a sociedade cada banco ter seu próprio horário de atendimento. No fundo, o que os banqueiros querem é acabar com o atendimento presencial para fechar ainda mais unidades físicas e demitir trabalhadores, empurrando os clientes para as plataformas digitais para diminuir custos e elevar os lucros”, critica a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.

Horário de atendimento banco a banco

• Santander: voltou a atender das 10h às 16h, horário que era adotado por todos os bancos antes da pandemia.
• Caixa: continha abrindo suas agências as 8h às 13h. Mas retornará ao período de funcionamento padrão a partir de 23 de novembro
• Itaú: continua abrindo das 10h às 14h para o público em geral. Das 9h às 10h, prestará atendimento exclusivo para aposentados e pensionistas
• Banco do Brasil: Das 10h às 14h, respeitando as diferenças regionais
• Bradesco: Manterá o horário reduzido das 10h às 14h. E, para os aposentados, em dia de pagamento, das 8h às 14h e, em dias normais, das 9h às 14h.

Mídia