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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE (Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística) mostram que o problema do desemprego é maior entre negros e mulheres e pessoas com menos escolaridade. Entre os homens, a taxa ficou abaixo da média: 12,2%. Para as mulheres, o índice é bem acima (17,9%). No caso dos trabalhadores brancos cai para 11,9%. E sobe para pretos (18,6%) e pardos (16,9%).
Além de afetar de maneira grave negros e mulheres, o desemprego é quase três vezes maior entre os que possuem até o segundo grau: 24,4% contra 8,3% de quem possui nível superior. Para os que possuem nível superior incompleto o índice chega a 17,5%. “Em qualquer aspecto econômico e social a população negra e as mulheres são discriminadas, como mostram os números do mercado de trabalho. A mulher negra é ainda mais atingida pelo racismo estrutural em nosso país porque sofre preconceito racial e de gênero. O Dia da Consciência Negra (20 de novembro) é uma oportunidade para toda a sociedade refletir e debater a necessidade de políticas afirmativas e do fim do racismo no Brasil”, afirma o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.
Por trás dos números
O Brasil registra desemprego recorde como consequência da crise causada pela pandemia e agravada pela péssima gestão do Governo Bolsonaro no combate à Covid-19 – o presidente brasileiro defendeu a “imunidade de rebanho”, tese que prevê uma grande contaminação do vírus para uma suposta imunização natural da população, custando milhares de vidas, e o tratamento precoce com ivermectina e cloroquina, todos condenados pelos sanitaristas.
A política econômica recessiva do ministro da Economia Paulo Guedes, que resultou na maior inflação desde o início do plano real (1994) e estagnação, também é responsável pelo grande número de brasileiros desempregados. No trimestre fechado em agosto a taxa de desemprego teve uma pequena redução chegando a 13,7 milhões de trabalhadores (13,7%). Mas a aparente melhora é na verdade a explosão do trabalho informal: no período dos três meses, o país registrou 2,387 milhões a mais de brasileiros no mercado informal, sem direitos trabalhistas e previdenciários, chegando ao maior índice da história.