Quinta, 14 Outubro 2021 14:11

Bancos já fecharam 2.080 agências no Brasil desde março de 2020

Ganância de banqueiros por lucros deixa 89 municípios brasileiros sem unidades bancárias e impõe demissões em massa no setor
O Sindicato mantém a luta em defesa dos empregos da categoria, contra as demissões nos bancos privados e o desmonte no BB e na Caixa O Sindicato mantém a luta em defesa dos empregos da categoria, contra as demissões nos bancos privados e o desmonte no BB e na Caixa Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo no último domingo (10) revela o quanto a ganância dos banqueiros e a política de dilapidação do setor público pelo Governo Bolsonaro ameaçam o emprego da categoria bancária. De março de 2020 até setembro foram extintas no Brasil 2.080 agências. O fechamento de unidades físicas se deve ao avanço e a concorrência de fintechs, cooperativas e bancos digitais no setor financeiro, que explicam em parte da extinção de agências. No entanto, este é um processo que já vem acontecendo ao longo dos anos e o sistema financeiro sempre se utilizou das novas tecnologias para reduzir custos com  mão de obra e aumentar os lucros.

O Itaú anunciou o fechamento, no Rio, de duas grandes agências na Avenida Rio Branco até dezembro deste ano. 

A pandemia como laboratório

Na pandemia, os bancos tiveram que ampliar o home Office, atendendo uma reivindicação dos bancários para proteção das vidas contra a Covid-19. Apesar de necessário, esta mudança serviu como um grande laboratório para as estratégias dos bancos de avançar com plataformas digitais e reduzir custos administrativos com aluguéis de espaços comercais, energia elétrica e despesas com empregados. Fato é que o setor mais lucrativo do país extingue empregos aos milhares para acumular ainda mais dinheiro.

“Os bancos perceberam que com mais trabalhadores em casa e a redução da mão de obra, eles podem reduzir custos e ganhar ainda mais dinheiro. Neste período de pandemia tem sido necessário o isolamento social, porque a vida está em primeiro lugar e nem achamos que é o momento para o retorno ao trabalho presencial. Mas é verdade também que os banqueiros já tinham este projeto de usar cada vez mais as tecnologias para aumentar seus lucros, fechando agências e demitindo trabalhadores, sem nenhum compromisso social, engrossando os mais de 14 milhões de desempregados que o pais possui hoje”, afirma a vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.

Cidades sem bancos

Quem mora ou tem parentes no interior sabe da importância de uma agência bancária para o desenvolvimento dos pequemos municípios. É o que está acontecendo no Brasil. Cada vez mais voltados para unidades de negócios, os bancos privados estão fechando suas agências nos pequenos municípios.

“O pior é que, com a política de destruição do estado brasileiro, o Governo Bolsonaro faz o mesmo com os bancos públicos, fechando agências, especialmente nas cidades menores e promovendo o desmonte da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil”, critica Kátia.

O Banco do Brasil, por exemplo, começou este ano, uma reestruturação que prevê o fechamento de 361 unidades, incluindo em cidades menores que ficarão sem agência bancária.

“Sinceramente acredito que o Brasil não aguenta esta tragédia política até 2022. Por isso e até mesmo porque Bolsonaro cometeu vários crimes de responsabilidade nesta pandemia, o povo brasileiro precisa estar unido pelo impeachment do presidente da República. É preciso retomar a estabilidade democrática e um projeto de retomada do desenvolvimento econômico e social. O quanto antes conseguirmos esta mudança, melhor, porque vidas estão morrendo, quando não de Covid-19, de fome e desnutrição”, conclui a sindicalista.

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