Quinta, 07 Outubro 2021 18:06
A SOCIEDADE QUER EXPLICAÇÃO

PDT apresenta notícia-crime ao STF contra Guedes por offshore em paraíso fiscal

A grande imprensa bem que se esforçou para esconder a notícia dos investimentos de Paulo Guedes e Roberto Campos Neto em paraísos fiscais, cujos lucros se multiplicaram com a política da alta do dólar. Mas aumenta o cerco contra os homens fortes da economia do Governo Bolsonaro A grande imprensa bem que se esforçou para esconder a notícia dos investimentos de Paulo Guedes e Roberto Campos Neto em paraísos fiscais, cujos lucros se multiplicaram com a política da alta do dólar. Mas aumenta o cerco contra os homens fortes da economia do Governo Bolsonaro

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Depois do senador Randolfe (Rede-PA), agora foi a vez do PDT apresentar uma notícia-crime no STF (Supremo Tribunal Federal) contra Paulo Guedes, para que a PGR (Procuradoria Geral da República) abra investigação contra o ministro da Economia pelo suposto cometimento de graves crimes, como o de lavagem de dinheiro, por conta da informação de que ele possui uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal. O partido quer saber se Guedes informou os investimentos à Receita Federal, de onde vem o dinheiro aplicado e se o banqueiro e ministro não estaria ferindo a legislação que prevê conflito de interesses, pelo fato de Guedes estar faturando milhões com a alta do dólar e a desvalorização do real, uma marca registrada da atual política econômica do Governo Bolsonaro.

Em sua ação protocolada na última segunda-feira (4), o PDT aponta que há “indícios de cometimento de crime de lavagem de dinheiro por meio de offshores” e de ato de improbidade, além de violações ao Código de Conduta da Alta Administração Federal Lei de Conflito de Interesses, tendo o ministro cometido, ainda, crime de responsabilidade. Caso sejam comprovados os crimes, Guedes pode ter que ser demitido de seu cargo público.

Ganhando com a crise

A disparada do dólar pode até ter feito banqueiros e especuladores ganharem muito dinheiro com offshores em paraísos fiscais, como é o caso de Guedes e do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (que trabalhou durante 18 anos no Santander), mas está custando caro para o trabalhador brasileiro que é quem paga pela elevação dos preços da gasolina, gás de cozinha, alimentos e energia elétrica em função das políticas monetárias e econômicas que são ditadas pelos dois homens fortes do Palácio Planalto.  

O documento denuncia ainda os esforços do “Posto Ipiranga” de Bolsonaro  para mudar as regras aplicadas à propriedade de offshores de brasileiros, por meio do Conselho Monetário Nacional, do qual Guedes é presidente. O órgão decidiu, no ano passado, que o mínimo a ser declarado anualmente pelos donos de offshores é de US$1 milhão. Antes da decisão, o valor mínimo era de 100 mil dólares.

Devendo explicações

Semanas antes da notícia das offshores e do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto ter sido publicada, Guedes disse à imprensa que “não estar preocupado com a alta do dólar”. Após a notícia de seus investimentos no exterior, o ministro tem mantido um silêncio absoluto sobre o assunto, no entanto, ele poderá ser convocado para explicar os fatos no Congresso Nacional. O plenário da Câmara aprovou  na última quarta-feira (6), por 310 votos a favor e 142 contra, a convocação do ministro da Economia para prestar esclarecimentos sobre sua offshore nas ilhas Virgens Britânicas.  A data será marcada pela Mesa Diretora da Câmara.

Ainda como ministro da Fazenda de Michel Temer, o banqueiro Henrique Meirelles, dono do Banco Original, também foi questionado por ter um Trust em paraíso fiscal e se não havia conflito de interesses entre seus negócios no exterior e o cargo público que ocupava. Meirelles disse, na época, que seus investimentos nas Bermudas, através da Sabedoria Fundation que criou, haviam sido declarados à Receita Federal.  

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