Terça, 28 Setembro 2021 15:07

Ministro vendilhão, Paulo Guedes fala em privatizar Banco do Brasil e Petrobras

Ministro delira e fala de seus planos 'para os próximos dez anos' Ministro delira e fala de seus planos 'para os próximos dez anos'

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Em mais uma fala que demonstra despreparo diante de uma realidade mundial de retorno ao fortalecimento do setor público, dada a sua importância econômica e social, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira (27) que o plano do governo em dez anos é o de privatizar as empresas estatais de maneira irrestrita, incluindo a Petrobras e o Banco do Brasil. Naturalmente pretende entregar estas empresas estratégicas para os grupos privados nacionais e estrangeiros que o colocaram no cargo, mesmo sendo o mais provável que não continue ministro após as eleições de 2022.

Defendeu, ainda, a privatização total da Previdência, como fez o ditador Augusto Pinochet no Chile na década de 1980, deixando milhões sem se aposentar e enriquecendo os bancos administradores do dinheiro pago pelos trabalhadores e depositados em contas individuais, sem a contribuição do empregador, na chamada capitalização. “Se você pergunta: o que você gostaria de fazer nos próximos 10 anos? Mudar o regime previdenciário para capitalização. O Brasil vai crescer 5% ao ano, em vez de crescer 2%, 3%”, disse o ministro, num delírio falastrão que beira à insanidade, já que as pesquisas são unânimes em confirmar a derrota de Bolsonaro em 2022, e pelo fato incontestável de que todas as reformas e a política econômica ultraliberal do próprio Guedes só serviram para colocar o Brasil no buraco.

O ministro ainda acrescentou: “Qual o plano para os próximos dez anos? Continuar com as privatizações. Petrobras, Banco do Brasil, todo mundo entrando na fila, vendido e isso sendo transformado em dividendos sociais”, vociferou.

Lacaio do setor privado

O presidente do Sindicato, José Ferreira, acha estranho que Guedes fale em plano para os próximos dez anos e na privatização do Banco do Brasil. “Nosso plano é que ele deixe de ser ministro ainda esse ano. Por isso convocamos os colegas do BB a se juntarem aos demais trabalhadores na passeata e ato no próximo sábado pelo Fora Bolsonaro e Paulo Guedes”, convocou.

A diretora do Sindicato e integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), Rita Mota, lembra que a fala do ministro está vinculada ao projeto golpista de Michel Temer, do MBD, chamado ‘Ponte para o Futuro’, que visa atender às grandes corporações com interesse em adquirir estas empresas extremamente lucrativas. “Não faz sentido que o Brasil se desfaça de empresas deste porte, altamente lucrativas e que geram dividendos para a União. Estas empresas são do interesse do país: os bancos, para o desenvolvimento, para a infraestrutura, para a agricultura, e a Petrobras, fundamental para a questão energética e tecnológica. Ou seja, Guedes está agindo para favorecer o setor privado, é simples assim”, afirmou.

Para o secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Jeferson Meira, é assustador que um megaespeculador como Paulo Guedes, que classificou como lacaio do deus mercado, ocupe um cargo tão estratégico e importante no Estado, sendo pago com dinheiro público para impor esta política entreguista. Na avaliação do dirigente, Guedes é o espelho do governo Bolsonaro que ameaça funcionários públicos concursados, destrói e vende as empresas públicas a preço de banana, diminuindo o tamanho do Estado mas se beneficiando dele.

“Esse governo foi eleito com essa agenda de privatização e os bancos públicos são as meninas dos olhos do banqueiro Paulo Guedes. Os privatistas sabem da importância das empresas públicas e, sobretudo dos bancos públicos como financiadores do desenvolvimento do país e do retorno que estes bancos dão à União. Mas para Bolsonaro e seu ministro banqueiro o que interessa é privatizar para dar ainda mais lucro aos bancos privados”, disse.

Economia no buraco

Graças à política econômica entreguista de Guedes, o país vive uma de suas maiores crises econômicas e sociais. A inflação já chega a 10% e o desemprego está acima dos 14 milhões. As expectativas de crescimento econômico no ano que estão abaixo dos 2%. A instabilidade política aumenta ainda mais a crise econômica, produzindo uma intensa e crescente fuga de capitais.

Na última semana, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (PCA) quebrou um recorde de 21 anos para meses de agosto e chegou a 9,86% no acumulado de 12 meses. E a única saída apontada por Guedes é aumentar a taxa básica de juros, a Selic, retirar mais direitos, impor mais privatizações, inclusive a entrega de todo o serviço público a empresas privadas, através da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, a chamada reforma administrativa.

 

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