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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O juiz Marcello Rubioli, da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), disse em seu despacho que já existem no processo contra o parlamentar "indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado para prática de crimes", e que o vereador é citado como o comandante da operação ilícita.
A informação é da colunista Juliana Dal Piva, do UOL, que teve acesso à decisão judicial. De acordo com a jornalista, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresentou à 1ª Vara Criminal Especializada denúncia em que afirma que oito funcionários do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro mantiveram ocupações incompatíveis na mesma época em que estavam lotados em cargos de assessores na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Entre os assessores de Carlos está Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente e que também está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado.
O MP-RJ chegou às informações após levantamento de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Muitas das atividades dos funcionários de Carlos eram desempenhadas no mesmo horário de trabalho em que eles deveriam estar na Câmara Municipal do Rio. Eram assessores do vereador mas também davam expediente como técnico em laboratório de farmácia em um hospital da zona oeste do Rio de Janeiro, por exemplo.
Para o MP, há indícios de que “diversos assessores (...) não cumpriam o regular expediente na casa, podendo assim ser considerados ‘funcionários fantasmas’, e com a possibilidade de que “a remuneração de seus cargos fosse desviada pelo agente público”, afirma trecho do documento ao qual o jornal O Globo teve acesso.
Entenda o caso
A investigação contra Carlos Bolsonaro foi aberta em setembro de 2019, após denúncia de que o vereador empregava parentes de Ana Cristina Valle, sua madrasta e ex-mulher do seu pai. Alguns dos funcionários moravam em outro estado e admitiram nunca terem pisado na Câmara dos Vereadores do Rio, onde estavam lotados, apesar de constarem em folha de pagamento.
O MP identificou que Carlos manteve e utilizou grandes quantidades de dinheiro vivo ao longo dos mandatos. Entre os fatos, o pagamento de R$ 150 mil em dinheiro na compra de um apartamento na Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro e R$ 15 mil para cobrir um prejuízo que ele teve na Bolsa de Valores.