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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Trabalhadores ocupam na tarde desta quinta-feira (23), o prédio da Bolsa de Valores de São Paulo, no centro da capital paulista. O ato é organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) contra o aumento da fome e a explosão da inflação, com elevação nos preços dos alimentos, energia elétrica e gás de cozinha.
O Brasil real
Com quase 15 milhões de desempregados e seis milhões de desalentados, cresce o número da população de rua, com milhares de pessoas que não possuem casa própria, sendo despejadas dos imóveis onde residiam as famílias. O mercado, até às 15h15 apresentou alta de 1,58%.
“Não é possível que em profunda recessão econômica causada pela política do ministro banqueiro Paulo Guedes e agravada pela irresponsabilidade do presidente Bolsonaro em relação à pandemia da Covid-19, com indústrias e estabelecimentos comerciais fechando, aumentando o desemprego e a miséria, o Brasil não pode mais aceitar que bancos e especuladores continuem a bater recorde de lucros”, critica o secretário de Combate ao Racismo da Contrf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.
Culpa de quem?
Com dizeres como “Tá tudo caro e a culpa é do Bolsonaro”, os manifestantes lembram que o Brasil tem quase 20 milhões de pessoas passando fome enquanto que, em plena pandemia, o país ganhou 42 novos bilionários.
“É o Brasil real na Bovespa”, declarou Guilherme Boulos, coordenador do MTST.
Mercado racista
Almir lembra ainda que há um víeis racista no desemprego no Brasil. “Segundo dados do IBGE, desemprego entre negros é 71% maior do que entre os brancos. Todos sofrem com este modelo econômico especulativo do Brasil, mas os mais atingidos são os pobres, em sua maioria, negros e negras”, acrescenta.
No mês de agosto, o reajuste salarial mediano no país ficou 1,4 ponto percentual abaixo da inflação, considerando como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Apenas 9,5% das negociações resultaram em ganhos reais, entre elas, a categoria bancária, que com o acordo de dois anos conseguiu 10,97% de reajuste, com 0,05% de ganho real, diante da mais dura conjuntura política e econômica dos últimos 40 anos.