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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
As mentiras do presidente Jair Bolsonaro voltaram a envergonhar o Brasil na opinião pública internacional. Fake news nas redes sociais já são um atentado à democracia, dignos de uma condenação à inelegibilidade pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que investiga o caso do chamado gabinete do ódio, administrado pelos filhos do presidente e orientado por Steven Bannon, marketeiro do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que usando esta tática criminosa, corrói as democracias e elege candidatos de extrema direita em várias partes do mundo.
Mas o presidente da República, mentir para o mundo inteiro, no discurso de abertura da ONU (Organização das Nações Unidas), teve um efeito ainda pior.
As mentiras do presidente
Bolsonaro mentiu ao dizer que concedeu um auxílio de emergencial de 800 dólares, escondendo que o valor anunciado por ele na ONU seria do pagamento em um ano e não a quantia mensal paga a cada beneficiário. O valor real foi de R$600 mensais, isso por que a oposição bateu pé firme no Congresso Nacional. Bolsonaro e Paulo Guedes queriam pagar apenas R$200 por mês.
Os brasileiros tomaram um susto quando Bolsonaro disse que reduziu o desmatamento na Amazônia em 32% no mês de agosto. Entidades de defesa do meio ambiente divulgaram uma nota rebatendo as declarações do presidente brasileiro. “No atual governo cresce o desmatamento que este ano deve manter o patamar de 10 mil km², os incêndios florestais batem recorde e a grilagem também explodiu no país. Na Amazônia, o garimpo e a invasão de terras indígenas explodem em municípios (de governos) 'fechados' com Bolsonaro”, diz o comunicado.
Dois projetos do governo federal enviados ao Congresso Nacional também ajudam a desmentir as palavras de Bolsonaro na ONU. Ambos colocam em risco as terras e os direitos da população indígena. O principal é o Projeto de Lei 490/2007, elaborado pela bancada ruralista, propondo que a demarcação das terras indígenas seja feita através de leis. Além disso, a proposta também prevê a abertura das terras indígenas para o garimpo que está destruindo cada vez mais a Amazônia Brasileira.
Campanha política
O discurso deixou claro que Bolsonaro não se dirigiu à opinião pública internacional, mas para o seu nicho de eleitores mais radical, chegando a defender o tratamento precoce como alternativa contra a Covid-19, o que já foi rechaçado pela comunidade científica.
Afirmando não ter tomado as doses de uma das vacinas necessárias para a imunização (será?), o presidente brasileiro teve que comer na rua em Nova Yorque, pois na cidade só podem entrar em locais fechados quem comprova a vacinação. Criticado por manifestantes na metrópole americana que traziam num caminhão os dizeres “Bolsonaro is burning the Amazon (Bolsonaro está queimando a Amazônia), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, bem ao estilo de seu chefe, mostrou o dedo do meio para os participantes do protesto, num ato obsceno e incompatível com um ministro de estado.
Com tanta falta de compostura, o representante maior dos poderes constituídos da nação brasileira e seus asseclas envergonharam, mais uma vez, o povo brasileiro, constrangendo até mesmo o seu mais ávido eleitor.