Quarta, 22 Setembro 2021 16:03

Governadores encomendam vacinas diretamente com o Butantan por demora na entrega das doses

Serão entregues 2,5 milhões de doses, pois Ministério da Saúde não atendeu pedidos dos estados. STF autoriza vacinação de adolescentes
A VIDA TEM PRESSA - Governo Bolsonaro demora na entrega das vacinas, o que levou governadores a comprarem doses diretamente com o Instituto Butantan A VIDA TEM PRESSA - Governo Bolsonaro demora na entrega das vacinas, o que levou governadores a comprarem doses diretamente com o Instituto Butantan Breno Esaki/Agência Saúde DF

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Cinco estados (Ceará, Piauí, Mato Grosso, Espírito Santos e Pará) já firmaram acordo para comprar doses de vacina diretamente com o Instituto Butantan, em São Paulo. O motivo é a demora do Ministério da Saúde em responder aos governadores as solicitações por mais lotes para atender às demandas da população. O Butantan já cumpriu dois contratos que previam a entrega de 100 milhões de doses da CoronaVac ao governo federal como parte do Plano Nacional de Imunização (PNI).

Imunização não pode parar

A CoronaVac é aplicada em duas doses no combate à Covid-19, produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac e é a vacina mais aplicada no mundo. Pelo acordo, 2,5 milhões de doses dessa vacina serão entregues a estes cinco estados, conforme informou o instituto nesta quarta-feira (22).  

Participaram da entrevista coletiva, os governadores João Doria (São Paulo), Wellington Dias (Piauí), Helder Barbalho (Pará), Renato Casagrande (Espírito Santo) e Camilo Santana (Ceará).

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT) disse que os estados vão cobrar do governo federal a responsabilidade pelo fato de o Ministério da Saúde não ter respondido às solicitações dos governos estaduais por mais doses e que a responsabilidade pela entrega das vacinas é do Ministério da Saúde.

A demora na entrega obrigou os governadores a encomendar diretamente com o Butantan para que os programas de imunização não fossem suspensos, o que colocaria em risco, a vida das pessoas.

Vacinação de adolescentes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, autorizou que estados, municípios e o Distrito Federal mantenham a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos, desde que observadas as cautelas e recomendações dos fabricantes das vacinas, da ANVISA e das autoridades médicas e respeitada, ainda, a ordem de prioridades das faixas etárias na imunização.

Alívio para os pais

No entendimento de Lewandowski, “a competência para normatização do tema é dos governos locais”. A suprema corte tomou a decisão após uma Arguição de Cumprimento de Preceito Fundamental feita apresentada por PCdoB, PSOL, PT, PSB e Cidadania.

A decisão trouxe alívio para os pais, pois, na semana passada, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou numa live  nas redes sociais com o presidente Jair Bolsonaro, que o governo federal iria suspender a imunização desta faixa etária, alegando um caso isolado de reação à vacina, em São Paulo. A posição do ministro da Saúde causou grande revolta e preocupação na população, pois escolas começam a retornar, aos poucos, às aulas presenciais e a vacina é fundamental para proteger as crianças e os profissionais de educação contra a Covid-19.

O caso da reação está sendo avaliado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e uma avaliação inicial não encontrou relação entre a aplicação da vacina e a morte do jovem em São Paulo. Mesmo assim, o ministro da Saúde decidiu paralisar a imunização dos adolescentes.

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