Terça, 21 Setembro 2021 18:19
CRISE SE AGRAVA

Pesquisa revela que 67% dos brasileiros estão reduzindo consumo de carne

Levantamento mostra ainda que a crise econômica levou 85% das pessoas a reduzirem a compra de pelo menos um item alimentício
A política econômica recessiva e a péssima gerência do Governo Federal no combate à pandemia aprofundaram a crise e dificultaram ainda mais a luta das famílias para trazer comida à mesa A política econômica recessiva e a péssima gerência do Governo Federal no combate à pandemia aprofundaram a crise e dificultaram ainda mais a luta das famílias para trazer comida à mesa Foto: Vanessa Lippelt

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

O brasileiro está deixando de comer carne bovina em função dos altos preços do item que fornece proteínas preferido dos brasileiros. Segundo levantamento feito pelo Instituto Data Folha, de 13 a 15 de setembro, 67% da população reduziu o consumo da carne e 85% está deixando de comprar pelo menos um item de alimento.

Os aumentos de 26,56% no valor das carnes, 27.56% no frango e 4,60% no custo dos pescados, com relação ao acumulado dos últimos 12 meses, tornou ainda mais difícil para a população colocar a comida na mesa. Mesmo o ovo tem custado caro e os supermercados estão aumentando a oferta da cartela com 20 unidades, em vez de 30, por causa do alto preço.

A carestia tem reduzido também o consumo de outros produtos que fazem parte da rotina dos consumidores, como refrigerantes, em que 51% disseram ter diminuído o consumo; leite, queijo e iogurte (46%) e até o tradicional pão francês e outros tipos de pães que fazem parte do café da manhã dos brasileiros (41%), que ficaram mais caros em função de o Brasil importar dos EUA, em dólar, a maior parte do trigo.

Menos arroz e feijão

O arroz e o feijão também estão tendo menor presença do prato da população. O primeiro, o povo reduziu o consumo em 34% e o segundo, 36%. Uma opção comum nestes casos é o macarrão, no entanto, 38% dos pesquisados disse que reduziu também o consumo de massas. Mesmo a classe média – famílias com renda de dez salários mínimos – admite ter cortado algum dos produtos citados na pesquisa: 67% respondeu que está tirando pelo menos um item das compras do mês. A crise pesa cada vez mais no bolso do trabalhador e quem está empregado levanta as mãos para os céus, porque o país já conta com quase 15 milhões de desempregados e seis milhões de desalentados (desistiram de procurar trabalho). São famílias inteiras lançadas à miséria, sem ter como trazer comida para a mesa.

Após muitas promessas de que as reformas trabalhista e da previdência iriam melhorar a economia e gerar empregos e renda, o povo percebe é que o atual modelo econômico neoliberal está levando o país para o fundo do poço e o povo, como sempre, é quem paga a conta.

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