Segunda, 13 Setembro 2021 22:26

Passados os arroubos de Bolsonaro, a realidade: agosto tem maior inflação em 21 anos

Em alguns estados a gasolina já é vendida a mais de R$8 o litro.  A alta dos combustíveis puxou a inflação recorde Em alguns estados a gasolina já é vendida a mais de R$8 o litro. A alta dos combustíveis puxou a inflação recorde

Após o bolsonarismo viver momentos de histeria e êxtase, com os manifestantes acreditando que o presidente Bolsonaro iria decretar estado de sítio ou fechar o STF (Supremo Tribunal Federal) e a euforia ter tomado uma “ducha de água fria”, após o ex-presidente Michel Temer aconselhar e Bolsonaro se desculpar com o ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, o Brasil volta à realidade. A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,87% em agosto, a maior para o mês em 21 anos, desde o ano 2000. Com isso, o indicador acumula altas de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos 12 meses, acima do registrado nos 12 meses anteriores (8,99%). Em agosto do ano passado, a variação mensal foi de 0,24%. Os índices caminham para os dois dígitos.

Índice para bancários

O índice que mede o reajuste dos bancários não é o IPCA, mas o INPC (índice Nacional de Preços ao Consumidor), que fechou em agosto com uma alta de 0,88%. A explosão inflacionária mostrou que os sindicatos da categoria e a Contraf-CUT acertaram na estratégia de firmar um acordo de dois anos.

Política econômica

O principal vilão da alta dos preços tem a ver com o fiasco da política econômica do ministro banqueiro Paulo Guedes: a alta dos combustíveis (gasolina, 2,8%, etanol, 4,5%, dieesel,1,79% e gás veicular, 2,06%) repercutem no aumento dos alimentos. Os preços não são causados pelo ICMS dos estados como afirmam as fake news de Bolsonaro nas redes sociais, mas pela política da direção da Petrobras desde o governo Temer, que dolarizou a referência de preços e reduziu a produção nacional do refino de petróleo. Com isso, a importação bateu recorde na história com os preços sujeitos ao câmbio. Bolsonaro manteve esta política.

O trabalhador paga a conta

As ameaças de Bolsonaro às instituições democráticas agravam a crise, mas os arroubos do presidente, como no sete de setembro, servem também para tirar a atenção da população antes do anúncio de uma nova má notícia para o trabalhador brasileiro. É como faziam os “bobos da corte” nos tempos dos reinados. O certo é que quem sofre é a população, que paga cada vez mais caro por alimentos e combustíveis e vê seu salário perder o poder de compra.
Ninguém aguenta mais.

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