Sábado, 04 Setembro 2021 19:29

23ª Conferência aprova luta por direitos, pela vida e pelo Fora Bolsonaro

Participantes aprovaram as resoluções finais, após amplo debate Participantes aprovaram as resoluções finais, após amplo debate

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

A 23ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada virtualmente nesta sexta e sábado (3 e 4/9), aprovou, em seu último dia, um plano de lutas para garantir, nas negociações entre o Comando Nacional e a Fenaban, direitos relacionados ao home office, às horas negativas, à assinatura de um acordo de teletrabalho, ampliação dos protocolos de prevenção contra a covid-19 e pelo fim do assédio moral, entre outros. Além destes temas específicos a serem negociados com os bancos foram aprovadas resoluções políticas mais gerais, como a luta pelo Fora Bolsonaro, com a participação da categoria nas mobilizações pelo impeachment do presidente, como a que acontece neste próximo dia 7; a estatização do sistema financeiro e a sua regulamentação; e a eleição de um governo popular e democrático, em 2022.

A Conferência foi a maior realizada até aqui, com mais de 1.200 participantes, que aprovaram ainda: resolução em defesa dos bancos públicos e demais estatais; em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e de todo o serviço público ameaçado de desmonte e privatização pela Proposta de Emenda Constitucional 32 (PEC 32), a reforma administrativa, que prejudica a população e entrega estes serviços a empresas privadas. O encontro aprovou também resolução por uma reforma tributária progressiva, com impostos mais altos para os ricos para reduzir a desigualdade social, distribuir renda e criar empregos.

Comando Nacional

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, no encerramento do encontro, adiantou que o Comando Nacional, do qual é uma das coordenadoras, vai se reunir para, a partir das decisões da Conferência, encaminhar as reivindicações à Fenaban e solicitar a abertura de negociações. “Vamos, da mesma forma, tratar de questões também importantes como cumprir a decisão de fortalecer a luta pelo fim deste governo genocida por tudo o que ele significa de negativo para os bancários, para a população brasileira e para a democracia”, afirmou. Fez um agradecimento a todos os funcionários e diretores da Contraf-CUT que tornaram o evento possível.

Também coordenadora do Comando Nacional, Ivone Silva, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, avaliou ter a 23ª Conferência atingido seus objetivos. “Foram meses de debates nos estados, com plenárias, encontros e conferências em que bancárias e bancários aprovaram as propostas que viraram resoluções aqui na conferência nacional. Agora é hora de encaminharmos a luta pelo que foi definido aqui”, afirmou.

A Conferência

A 23ª Conferência Nacional dos Bancários começou na sexta-feira (3/9), com a participação de dirigentes das centrais sindicais em sua abertura. Foram feitas críticas ao governo Bolsonaro e defendida a sua derrubada, por ter mergulhado o país numa enorme crise social, política e econômica; pelos ataques aos direitos dos trabalhadores e contra a democracia. Os dirigentes defenderam o fortalecimento das mobilizações pelo Fora Bolsonaro, pelo impeachment do presidente por diversos crimes, entre eles o genocídio provocado pelo boicote às medidas de prevenção contra a covid, e a recusa da compra de vacinas.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que falaria sobre “O Brasil que queremos”, não pôde participar da abertura da Conferência por ter que comparecer ao velório de Sergio Mamberti. O ator faleceu na madrugada desta sexta-feira. Mas, Lula enviou um vídeo com uma saudação e lembrou da relação que tem com a categoria. Lula lamentou o desmonte que está sendo realizado nos bancos públicos. “Fico triste por muitas agências que incentivamos que fossem abertas pela Caixa Econômica Federal, pelo Banco do Brasil, pelo BNB, pelo Basa, e pela quantidade de coisas que a gente fez para que o BNDES criasse para gerar oportunidades de crédito e de emprego estarem acabando. Inclusive, a diminuição da categoria bancária”, lamentou o ex-presidente. Mas deu um alento à categoria. “Não percam a fé, não percam a disposição de luta e não percam nunca a certeza de que a gente vai ter de lutar muito para reconquistar a dignidade que o povo brasileiro está perdendo, a dignidade que a categoria dos bancários tem, porque essa categoria representa muito na luta pelas conquistas dos trabalhadores e na luta pela conquista da democracia em nosso país”.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, defendeu a convocação de uma greve nacional de todos os trabalhadores para exigir o fim do governo Bolsonaro. No sábado, foram feitos debates sobre “O retrato da categoria bancária”, sobre “O sistema financeiro que o Brasil precisa” e sobre “O Brasil sem desigualdades”, com a participação de economistas, dirigentes sindicais e políticos, entre estes, a presidenta do PT, Gleise Hofman, o ex-candidato a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos e o deputado do PCdoB, Orlando Silva. Ambos defenderam ser preciso lutar pelo fim do governo agora para evitar que a crise se amplie e que ele consiga impor o golpe que planeja para acabar com a democracia. Para eles é preciso discutir um projeto de reconstrução nacional a ser posto em prática por um governo popular a ser eleito em 2022. 

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