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Imprensa SeebRio
Para evitar o agravamento ainda maior da crise social, econômica e política gerada pelo governo é preciso derrotar Bolsonaro imediatamente. E isto tem que ser feito através da pressão das ruas no Movimento Fora Bolsonaro que se amplia e tem novos protestos nacionais marcados para este 7 de setembro. Não se pode esperar pela eleição de 2022.
A avaliação foi feita pelo ex-candidato a presidente pelo PSOL, Guilherme Boulos e pelo deputado federal pelo PCdoB, Orlando Silva, no debate deste sábado à tarde sobre o tema “Brasil sem desigualdades”, no segundo dia da 23ª Conferência Nacional dos Bancários. Boulos lembrou que o país vive a maior crise desta geração, de caráter econômico, com alta inflação e desemprego recorde, aumento da miséria e da fome, além de uma crise sanitária que já chega a quase 600 mil mortos devido à irresponsabilidade do governo.
“Bolsonaro fez o Brasil voltar ao mapa de fome, com gente sendo obrigada a morar nas ruas, implorando por comida. Há quase 15 milhões de desempregados. Foi desmontada a capacidade do investimento público na economia. Além disto, o país está mergulhado em uma de suas maiores crises políticas. Bolsonaro tem somente 25% de aprovação e para combater seu isolamento, faz ameaças de golpe para acabar com a democracia”, constatou.
Cenário assustador
Disse que neste cenário classificado como assustador, derrotar Bolsonaro não pode ser deixado para as eleições de 2022, tem que ser feito agora. “Não podemos esperar sabendo que ele está tramando um golpe, precisamos impedir que ele alcance este objetivo indo para as ruas pressionar pelo seu afastamento imediato”, defendeu. Acrescentou que a partir daí as forças progressistas têm que discutir um programa para disputar as eleições de 2022.
Afirmou que a resistência só, não basta: “Vamos precisar discutir um projeto de reconstrução do país que foi destruído por Bolsonaro a ser colocado em prática por um próximo governo. A situação econômica e social é devastadora. É uma crise que se arrasta, com apagão, racionamento, inflação, crise hídrica e um modelo econômico que fracassou”. Defendeu que faça parte deste projeto uma reforma tributária para financiar esta reconstrução, com impostos progressivos maiores para os mais ricos, com taxação das grandes fortunas, como estão fazendo outros países para sair da crise, menos o Brasil.
“Investir em obras públicas, para gerar emprego, no transporte, melhorar a máquina pública e investir num novo modelo baseado no desenvolvimento econômico e social, com distribuição de renda”, disse.
Bancos públlicos
Boulos destacou o papel da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil neste projeto. “É importante o papel dos bancos públicos na redução dos juros, no aumento do investimento e na gestão de programas sociais. E isto não se faz sem uma CEF 100% pública, ou com um Banco do Brasil privado”, afirmou.
O deputado Orlando Silva também defendeu a pressão nas ruas, mas também nas redes sociais para derrotar Bolsonaro, já. E a definição de um acordo amplo entre as forças políticas em torno de um programa de reformas estruturais como a reforma urbana para garantir melhores condições de vida, com pesado investimento em moradia e saneamento básico.
“Além disto, uma reforma tributária que aumente a isenção de impostos para a pessoa física e garanta a redução das desigualdades. Uma reforma política para garantir avanços que evitem o que vemos hoje: um Congresso Nacional que tem a menor representação de trabalhadores de sua história”, defendeu.
Para o parlamentar, os bancários, por sua tradição de luta e importância política, têm uma contribuição fundamental a dar neste processo de luta popular e participação nas eleições. Lembrou ser necessário ter uma política de desenvolvimento nacional, não sendo bastante fazer o país crescer. “É preciso investir no desenvolvimento humano” argumentou.
“É fundamental criar uma frente ampla para as eleições, com a participação de todos que veem como prioridade urgente derrotar Bolsonaro, que é um presidente corrupto e golpista. Trazer para esta frente, até gente que não concorda conosco. É necessário ter unidade, tecida como paciência e objetivos nítidos”, defendeu.