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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Em sua abertura, a 23ª Conferência Nacional dos Bancários prestou homenagem aos bancários, dirigentes e todas as pessoas vítimas da covid-19 no Brasil e da irresponsabilidade do governo Bolsonaro, que boicotou as medidas de prevenção, além de, propositalmente, ter demorado oito meses para começar a compra de vacinas. Juvandia Moreira, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Conbtraf-CUT) e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, lembrou que vivemos num contexto onde muitos perderam a vida atingidos pela pandemia, vidas ceifadas também pelo descaso do governo.
“A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) está aí para mostrar que a gestão da pandemia por parte do governo foi criminosa. Temos um genocida no poder. Bolsonaro teve oportunidade de adquirir vacinas da Pfizer desde agosto do ano passado, mas se negou, tendo como consequência milhares de contaminados e mortos, muitos deles bancários e dirigentes sindicais, inclusive, integrantes do Comando Nacional”, lembrou. Entre estes estão Jeferson Boava e Jaci Zimmer. Vídeos com depoimentos destes dirigentes e de seus familiares foram exibidos, num momento de grande emoção. Foram homenageados também os diretores do Sindicato, Francisco Abdala e Belmar Marcheti e o ator Marcos Hamelin também vitimados pela covid-19.
Juvandia acrescentou que graças à mobilização dos bancários, com a conquista de protocolos de prevenção junto aos bancos por meio do Comando, foram evitadas muitas perdas. “Mas muitas outras poderiam ter sido evitadas não fosse o descaso de Bolsonaro”, frisou.
A 23ª Conferência continua neste sábado.
Fora Bolsonaro
Em seguida, membros do Comando Nacional, representantes de diversas forças políticas, prestaram sua solidariedade às famílias dos bancários que perderam a vida para a covid-19. Ao mesmo tempo defenderam que a categoria bancária aprove na Conferência, o fortalecimento da luta pelo fim imediato do governo Bolsonaro, apontado como responsável pelo Brasil ter chegado a quase 600 mil vidas perdidas na pandemia.
Reginaldo Breda, da corrente política Unidade, ressaltou a importância da participação dos bancários e de todos os demais trabalhadores nas mobilizações Fora Bolsonaro. A próxima será no dia 7 de setembro, com atos em todo o país. Nilton Esperança, da força política Fórum do Interior, mostrou que o país se mostra preocupado com os atos bolsonaristas, movidos a ódio e com objetivos golpistas, marcados também para o dia 7. Mas avaliou que é preciso fazer mobilizações ainda maiores na mesma data para impedir que Bolsonaro imponha um golpe ao país.
Ivone Colombo, do Enfrente, avaliou que o Brasil vive uma situação muito difícil, não só por enfrentar a pandemia, como por ter um governo que não ajuda a combatê-la. “Temos que sair desta conferência com um plano de lutas para derrotar o governo que além de responsável por milhares de mortes pela pandemia, ainda mata com sua política econômica que aumenta a miséria, o desemprego, a fome, tendo empurrado o Brasil para uma crise econômica, social e política profundas”, avaliou.
Tatiana Oliveira, da Corrente CUT Socialista e Democrática (CSD), lembrou da importância das mobilizações do movimento sindical que conseguiram importantes vitórias nos últimos dias, como a rejeição da Medida Provisória 1045, e a aprovação do projeto de lei que sustou os efeitos da resolução 23 da CGPAR, que inviabilizava os planos de saúde de autogestão. “A MP fazia parte da série de ataques que este governo vem fazendo contra os direitos dos trabalhadores. Mas a nossa luta principal é contra Bolsonaro para tirá-lo da Presidência imediatamente, como forma de impedir mais ataques, neste ano que lhe resta, participando das mobilizações nacionais marcadas para 7 de setembro”, defendeu.
Representando a Intersindical, Carlos Araújo, disse que os grandes grupos econômicos estavam por trás do golpe que derrubou a presidenta Dilma Roussef, em 2016 e que, a partir do governo Temer e depois mais ainda com Bolsonaro, passaram a impor seguidos ataques à população com a retirada de uma série de direitos através das reformas neoliberais.
“Mas o governo Bolsonaro está tão isolado pela instabilidade que ele mesmo cria, que até o grande capital está se afastando dele. As pesquisas mostram a insatisfação também de amplos setores da população em função do aumento da miséria, da carestia, da fome e do desemprego. Precisamos dar um fim a este governo e preparar para eleger outro que coloque o país no rumo do respeito aos mais pobres, à democracia e ao desenvolvimento social e econômico”, defendeu.
Augusto Vasconcelos, da CTB, defendeu a formação de uma ampla frente de segmentos sociais para discutir um projeto popular, porque Bolsonaro defende o interesse dos grandes grupos econômicos. Carlos Bezerra, da Articulação Bancária, disse que é preciso devolver a esperança à população que está sendo submetida a um governo ditatorial e genocida. “Temos que derrotar Bolsonaro, mas é preciso eleger Lula, que trará de volta a esperança para não permitir mais que o povo seja humilhado, para que o Brasil volte a ser respeitado mundialmente, como era antes”, afirmou.
Por fim, Sérgio Takemoto, presidente da Federação Nacional (Fanae) disse que os bancários, em sua conferência, têm que pensar no Brasil que queremos e que é bem diferente do atual. “Um Brasil que recupere a dignidade do seu povo, que recupere a sua dignidade internacional, que não seja submisso, que não entregue suas empresas públicas estratégicas, como a Eletrobras, os Correios, a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Que não desmonte os serviços públicos prestados à população. A conferência tem que aprovar o fortalecimento da luta pelo fim do governo Bolsonaro”, afirmou.