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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Um dia para refletir sobre a importância de preservar a Floresta Amazônica para a vida da população brasileira e de todo o planeta. Este é um dos objetivos principais do Dia da Amazônia, 5 de setembro, que este ano cai num domingo. A data foi instituída em 2007 para buscar conscientizar as pessoas, empresas e governos sobre a importância da maior floresta tropical e bacia hidrográfica do mundo e de sua biodiversidade para o planeta.
Cida Souza, diretora da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato, lembra que a Amazônia recicla o carbono além de gerar e disseminar as chuvas com o vapor gerado pela evapotranspiração da floresta e está presente em oito Estados brasileiros e mais cinco países da América do Sul. “Todos somos responsáveis pela proteção e manutenção da Floresta Amazônica. Como trabalhadores do ramo financeiro, nós bancários e bancárias, devemos cobrar dos bancos medidas de proteção ao meio ambiente como o não financiamento de empresas que desmatam a floresta, poluem as águas, promovem mineração ilegal e invasão de terras indígenas. A Amazônia é uma das principais responsáveis pelo equilíbrio ecológico na Terra e seu desmatamento tem tido graves consequências para o aquecimento global”, alertou.
Desmatamento recorde com Bolsonaro
Com sua política de incentivo ao desmatamento e de invasões a reservas indígenas e áreas de preservação para beneficiar mineradoras, madeireiras e o agronegócio o governo Jair Bolsonaro fez o abate da Floresta alcançar números recordes. O Brasil teve o segundo pior ano de desmatamendo na Amazônia na série histórica recente, com início em 2015-2016, segundo dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O maior registro até agora pertence ao período de 2019-2020.
Em abril, os alertas de desmatamento do Deter totalizaram mais de 580 km² de destruição na floresta, um aumento de quase 43% na devastação em relação ao mesmo mês em 2020, que registrou cerca de 406 km² de desmate. Os números de abril deste ano ainda devem crescer, considerando que os dados de desmate apresentados vão até o dia 29. O recorde anterior para o mês pertencia a 2018, durante o governo Temer, com 489 km² desmatados. O ano viu uma significativa explosão no desmate.
Segundo o Deter, só este ano, apenas a mineração desmatou 102,42 km² na Amazônia entre 1º de janeiro e 13 de agosto. A área corresponde a mais de 10,2 mil campos defutebol e já é maior que o registrado nos 12 meses de 2020, quando a atividade devastou 100,26 km².
Redução nas multas
Levantamento da Revista Pública mostrou que a redução de multas do primeiro ano de Bolsonaro na Presidência se acentuou em 2020: de janeiro a julho deste ano, o Ibama multou 40% a menos em relação ao mesmo período de 2019. Foram 192 municípios com queda na quantidade de multas em relação a 2019. Com isso, em 2020 o Brasil registrou a menor quantidade de multas relacionadas à flora na Amazônia entre janeiro e julho em dez anos. Dos nove estados da Amazônia Legal, sete tiveram redução no primeiro ano do governo Bolsonaro, apesar de seis deles terem registrado aumento no desmatamento.
A Pública já havia revelado que o governo Bolsonaro tinha certificado mais de 250 mil hectares de fazendas em terras indígenas na Amazônia, nos estados do Mato Grosso, Pará e Maranhão. O ritmo de certificação de fazendas se tornou ainda mais intenso após a Funai ter publicado norma que permitiu o registro em terras não homologadas, em abril deste ano.