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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Enquanto o presidente Jair Bolsonaro distrai a atenção da opinião pública com suas mobilizações contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), a economia brasileira vai para o brejo e o trabalhador vai percebendo que sua renda está, cada vez mais, sendo corroída pela inflação. O Grupo de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mudou as previsões para a inflação em 2021, subindo de 5,9% para 7,1% o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O aumento de preços de energia, gasolina, gás de cozinha e de alimentos são os vilões e o brasileiro sente no bolso o agravamento da situação cada vez que vai ao supermercado. Os preços altos da carne bovina e dos derivados do trigo e do milho também influenciaram a elevação das projeções.
“Economistas do Ipea alegam que a alta das commodities e a estiagem e geadas influenciaram o aumento. No entanto, o que o relatório não diz é que a o aprofundamento da crise é fruto da política econômica do ministro Paulo Guedes que piorou todos os cenários para o povo e para a nação”, critica o diretor do Sindicato e secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, Almir Aguiar. O sindicalista lembra ainda que os mais atingidos são os negros e as negras, visto que a desigualdade social no país tem uma motivação racial.
Além da população negra ser a mais afetada pelo aprofundamento da crise econômica, as políticas públicas para os negros já sofriam um esvaziamento muito antes da pandemia de Covid-19 no Brasil, com a postura reacionária do Governo Bolsonaro”, avalia.
“Na verdade, a economia brasileira está dolarizada e a situação piorou ainda mais com a política econômica recessiva do ministro Paulo Guedes, que a cada reforma, afunda ainda mais a economia do país e faz o trabalhador, especialmente os mais pobres, pagar a conta”, acrescenta Almir.
Cai renda per capita
Após três anos de alta da renda per capita no Brasil, o país teve uma queda no indicador em 2020, recuando 2,9%, de US$ 14.980 para US$ 14.550, em valores correntes. Já o PIB (Produto Interno Bruto) per capita está em queda desde 2018, último ano do Governo Michel Temer (MDB). Foi o maior tombo dentre os sete países mais ricos da América Latina, despencando 23,6%. Só para se ter uma ideia do nível do recuo, a segunda maior queda foi da Colômbia: -17%. O PIB per capita é obtido pela divisão do Produto Interno Bruto pela população. Especialistas apontam a demora do Governo Bolsonaro em comprar vacinas e em executar o Plano Nacional de Imunização (PNI), como influenciadores do péssimo desempenho da economia brasileira e da perda de renda dos brasileiros.