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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Escrito por: Érica Aragão
“A PEC 32 é uma tragédia, mas se eles acham que não vai ter resistência da classe trabalhadora, podem esquecer!”.
Foi com esta frase que o presidente Nacional da CUT, Sérgio Nobre, deu início ao ato realizado na manhã desta quarta-feira (18), em Brasília, no dia nacional de luta, atos, mobilizações e paralisações contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa, contra as privatizações, por emprego e direitos.
Mais de duas mil pessoas participaram do ato em frente ao anexo II no Congresso Nacional, entre elas servidores públicos municipais, estaduais e federais, representantes da CUT e demais centrais sindicais e trabalhadores de outras categorias.
Para o presidente da CUT, a PEC 32 é mais uma medida do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) para desmontar os direitos trabalhistas e, aliada à Medida Provisória (MP) nº 1045, retira totalmente a proteção dos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público. O governo só trabalha para tirar direitos, nada faz para resolver os problemas do país, complementa.
“Não é à toa que um terço da população está desempregada, ou desalentada ou tem empregos precários. A fome voltou na periferia, muitos não conseguem sustentar a família”, disse Sérgio Nobre.
Precarizar o trabalho e ameaçar os serviços públicos não é a saída para o país voltar a crescer. A unidade das centrais sindicais nesta pauta é fundamental para a vitória.
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O presidente da CUT no Distrito Federal, Rodrigo Rodrigues, ressaltou que a greve, as mobilizações e atos em todo o país são um recado ao Parlamento que pode aprovar ou não as propostas do govenro.
“Estamos dando o recado nesta casa. A PEC 32 tem que ser rejeitada totalmente. Estamos unidos para derrotar o governo. Em Brasília, conseguimos mostrar a nossa capacidade de mobilização e de união das entidades que representam os servidores públicos. O ato de hoje foi uma grande demonstração de mobilização, força e luta da classe trabalhadora contra o desmonte do estado brasileiro”.
Servidores do executivo se concentraram na praça dos servidores e desceram para o anexo 2 em passeata, onde já estavam os servidores do judiciário, do Ministério Público, da Câmara dos Deputados e dos três poderes de várias categorias, como os do Governo do Distrito Federal (GDF), da universidade de Brasília, professores da ADUB e dos Institutos Federais. Trabalhadores dos Correios e Bancários também estiveram presentes na mobilização para denunciar as privatizações.
Sérgio Nobre, que é metalúrgico do ABC, criticou a falta de planejamento e investimentos do governo para aquecer a economia em fala aos servidores.
“O país nunca cresceu sem planejamento e investimentos públicos puxado pela Petrobras, BNDES e Banco do Brasil que eles querem desmontar”, disse o presidente nacional da CUT.
“Nós que somos da indústria sabemos o quanto as estatais são importante para a geração do emprego e para o crescimento do país”, completou.
A deputada Federal Erika kokay (PT) disse que é preciso arrancar a faixa presidencial do fascismo porque a faixa tem que estar no peito do povo brasileiro e não do entreguismo e deste governo misógino.
“Se vocês acham que vão passar a boiada estão muito enganados, a gente vem dizer aqui que estamos em luta e vamos derrotar esta Emenda Constitucional em nome de um Brasil, que não tem que conviver com a fome, fome de pão, de justiça e de democracia. São tantas fomes que nós lutamos para não existir mais. Fora PEC 32 e Fora Bolsonaro”, afirmou.
“A luta contra a PEC 32 é de todos, assim como a luta contra as privatizações e este governo entreguista e fascista também. Estamos todas e todos juntos para dizer não para esta proposta que incentiva a corrupção e não garante serviço público de qualidade”, afirma a secretária de Comunicação da CUT DF, Ana Paula Cusdinato.
“Estamos fortalecendo a luta nas redes sociais e temos um compromisso no DF de intensificar a mobilização contra os parlamentares e portanto este não será o único ato. Faremos outros atos e mobilizações na Câmara dos Deputados para barrar de vez esta PEC”, completou a secretária.
Logo nas primeiras horas do dia, as hashtags #18ADiaDeLuta e #SosServiçoPúblico já estavam entre os assuntos mais falados no Twitter e outros atos para barrar a alteração na Constituição já estão sendo divulgados.
O dia de luta, greve e mobilizações está sendo realizado em mais de 90 cidades e une trabalhadores e trabalhadoras do serviço público, que estão fazendo um dia de greve, e da iniciativa privada, que estão fazendo atos em todo o país.
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*Edição: Marize Muniz