Quarta, 18 Agosto 2021 15:45

ONU: desmatamento da Amazônia é uma das causas do aquecimento global

Ex-ministro de Bolsonaro, Ricardo Salles, estimulou desmatamento Ex-ministro de Bolsonaro, Ricardo Salles, estimulou desmatamento

Olyntho Contente*

Imprensa SeebRio

Um novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas foi divulgado em 9 de agosto. O documento prevê que a temperatura global da superfície terrestre continue aumentando até pelo menos meados deste século, considerando todos os cenários de emissões. Até o fim do século 21 poderá ocorrer um aquecimento global acima de 1,5 ° C e 2 ° C, a menos que haja reduções profundas nas emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa nas próximas décadas.

O desmatamento da Floresta Amazônica, incentivado pelo governo Bolsonaro (veja vídeo sobre o assunto, clicando aqui), é um dos principais causadores do aquecimento global. A derrubada de milhões de quilômetros quadrados de floresta, durante o atual governo, tem provocado o aumento do desequilíbrio ambiental, não apenas com mais seca e inundações no Brasil, como em vários outros países do mundo, além do derretimento das geleiras e aumento do nível do mar.

Lucro acima do meio-ambiente

José Ferreira, presidente do Sindicato, ressaltou que as medidas adotadas ao longo do governo Bolsonaro por Ricardo Salles (ex-ministro do Meio Ambiente) atenderam às demandas do agronegócio que tem colocado o lucro acima do desenvolvimento sustentável, “por isso merece toda a nossa energia e luta no combate à essa política insana”. A diretora da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato, Cida Cruz, acrescentou que no Brasil vivemos o drama de assistir cotidianamente à destruição de nossas reservas naturais.

“O governo Bolsonaro retrocedeu em todos esforços para um desenvolvimento com sustentação ambiental. Precisamos nos unir e lutar contra a política contra o meio ambiente imposta por esse governo contra a Natureza”, afirmou.

Acrescentou que o relatório sugere que esta década é a última chance para que sejam adotadas medidas urgentes para limitar o aumento da temperatura. Acrescentou que se falharmos essa meta ficará fora de alcance e as consequências serão catastróficas atingindo cidades e populações do mundo inteiro. “Os trabalhadores precisam se conscientizar dessa realidade de interferir, mobilizando para mudanças de mentalidade no sentido de pressionar empresas e governos por uma transição energética inclusiva e respeitosa ao meio ambiente”, afirmou. 

Desmatamento

De acordo com Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física (IF) da USP e membro do IPCC, são quatros os principais pontos defendidos no relatório para tentar conter o aquecimento global: reduzir o desmatamento de florestas tropicais; fazer reflorestamento em larga escala para remover CO2 da atmosfera; investir em formas sustentáveis para produzir alimentos para os 10 bilhões de pessoas que habitarão a terra em 2027; e estruturar um equilíbrio entre o uso da terra para produção de biocombustíveis e de alimentos. “Estes aspectos são críticos para o controle do sistema climático”, disse.

Cida frisou que Ricardo Salles, defende os interesses das madeireiras, mineradoras e do agronegócio, tendo tomado medidas para afrouxar a proteção de áreas de florestas, impedindo a punição de quem faz o abate. Entre as alterações nas leis, autorizou a regularização de propriedades rurais em terras indígenas para permitir a invasão, a exploração e comercialização destas terras. Autorizou, ainda, a diminuição da distância entre áreas povoadas e aquelas em que ocorrem pulverização de agrotóxico.

Em pouco mais de dois anos à frente da área, Salles desmantelou órgãos de controle como o Ibama, dificultou a aplicação de multas, demonizou ONGs, posou orgulhoso ao lado de suspeitos de cometer graves infrações e colheu recordes de desmatamento na Amazônia. Salles desmantelou órgãos de controle como o Ibama, dificultou a aplicação de multas, demonizou ONGs, posou orgulhoso ao lado de suspeitos de cometer graves infrações e colheu recordes de desmatamento na Amazônia, que perdeu nos trinta meses de sua gestão uma área de cerca de 20 500 quilômetros quadrados, o equivalente ao território de Israel.

No começo de março, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, assinou uma portaria interna que restringiu o acesso de servidores do órgão à imprensa. No mês seguinte, após repercussão da ação do Ibama contra garimpeiros que atuavam em terras indígenas no Pará, Salles demitiu o diretor de proteção ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, e outros dois servidores que chefiavam as fiscalizações, Hugo Loss e Renê Luiz de Oliveira.

*Com informações do Instituto de Física da USP e do IPCC.

 

 

 

 

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