Segunda, 02 Agosto 2021 20:26

Encontros Estaduais definem pautas que deverão nortear a campanha nacional dos Bancários

Confira as prioridades da categoria e as datas dos encontros nacionais. A Conferência Nacional está confirmada para os dias 3 e 4 de setembro.

Banco do Brasil - Defesa intransigente do caráter público do Banco do Brasil e combate ao projeto de privatização, campanha permanente para buscar o apoio da população a esta luta, reabertura de agências, contratação imediata dos concursados e defesa da Previ e da Cassi contra os ataques do governo, além da campanha Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes, foram algumas das mais importantes propostas aprovadas no Encontro dos Funcionários do Banco do Brasil do Estado do Rio de Janeiro, finalizado na tarde de sábado (31/7).
Foram aprovadas também vários itens para proteger a vida e a saúde dos funcionários durante a pandemia da Covid-19, como garantia de acesso ao home office para todo o funcionalismo que não possa atuar no trabalho presencial e os rodízios e redução de jornada, sem redução de salário, para proteger os trabalhadores da pandemia e garantir o atendimento básico da população; fim das metas negociais; revisão das metas relativas ao tempo de atendimento; nenhum descomissionamento e manutenção da função dos caixas executivos e melhores protocolos de prevenção ao vírus. Os direitos e condições de trabalho para quem está em home office também estão entre as prioridades da minuta de reivindicações.
No item sobre o sistema de saúde dos funcionários do BB, os bancários denunciam que o Plano Cassi Essencial faz parte de uma estratégia para esvaziar os planos já existentes (Cassi Família I e II) e a redução da corresponsabilidade do banco com a manutenção da Cassi e do Plano de Associados é uma política de governo. O objetivo da direção do banco e do governo federal é o de precarizar as condições de trabalho e retirar direitos para facilitar a privatização do banco.
A Previ tem sofrido ameaças e muitos riscos pela postura do governo de abrir o mercado para entidades abertas de previdência complementar do funcionalismo. O Encontro Nacional dos funcionários do BB será na sexta (6 de agosto) e sábado (7/8).  

Itaú - Garantia de emprego com o fim das demissões, acordo de remuneração variável, plano de previdência para todos e acordo de teletrabalho estão entre as prioridades dos funcionários do Itaú aprovadas no encontro estadual realizado por meio virtual na quinta-feira (29/7). Os bancários querem um acordo sobre o Gera, o programa de renda variável, que tem gerado muitas preocupações e mais pressão por metas. Defenderam ainda a suspensão das metas durante a pandemia. Reivindicaram um protocolo mais rígido de prevenção à Covid-19 para as agências com funcionários com suspeita de contaminação. Outro problema apontado é o acúmulo de funções.
O encontro defendeu que as posturas abusivas e de assédio moral sejam denunciadas e criticam que os programas de desempenho estão sendo usados como instrumento de punição aos bancários. Foi defendida a proposta da criação de uma gratificação de função de 50% do salário dos agentes de negócio, com manutenção das atuais verbas salariais. A criação de um Plano de Cargos e Salários; equipamentos e condições dignas para execução de teletrabalho; definição de tarefas no home office também foram itens aprovados. O Encontro Nacional será nesta quinta-feira, dia 5 de agosto.

Mercantil - Testagem de Covid-19 nas agências; preenchimento da Comunicação de Acidente de trabalho (CAT) pelo próprio banco, entendendo que a Covid é uma doença do trabalho; valorização das mulheres, pois os homens têm tido mais oportunidades; manutenção do emprego; e fim da rotatividade. Estas foram as principais propostas aprovadas pelos bancários do Banco Mercantil do Brasil (BMB), em seu Encontro Estadual, realizado na quinta-feira (29/7).As propostas serão encaminhadas para o Encontro Nacional do BMB, que acontece nesta quarta-feira, dia 4 de agosto, das 14h às 18h.

Bradesco - Uma das maiores preocupações dos bancários do Bradesco é a reestruturação no banco, com o fechamento de agências e demissões em massa. A falta de segurança nas unidades de negócios, que não possuem nenhum vigilante sequer, colocando em risco a vida dos bancários e clientes, também preocupa os empregados.
A preservação da vida, em função da pandemia da Covid-19 acabou se tornando o item prioritário na luta recente da categoria.
Os participantes lembraram que, no Bradesco, nenhum trabalhador está oficialmente em teletrabalho, mas continua considerado como home office. A COE quer garantir os direitos também para quem está em home Office e um acordo mantendo o revezamento e proteção dos funcionários durante a pandemia.
Como nos demais bancos, os trabalhadores querem que o banco pare de cobrar metas durante a crise sanitária da pandemia. Outra pendência nas negociações específicas é a questão da PLR dos empregados do antigo HSBC. O Encontro Nacional está confirmado para esta terça-feira, dia 3 de agosto, das 10h às 17h.

Santander - Um dos temas mais debatidos no encontro estadual dos empregados do Santander foram as práticas antissindicais do banco espanhol, no Brasil. A postura da direção da empresa resultou em uma derrota recente do banco na Justiça do Trabalho. Decisão do juiz Jerônimo Azambuja Franco Neto, da 60ª Vara de Trabalho de São Paulo, na terça-feira (27/7), condenou o Santander por práticas antissindicais ao tomar decisões arbitrárias e não dialogar com a representação sindical. O banco foi condenado a pagar uma indenização de R$50 milhões. Abertura de negociação para debater melhorias nas medidas de prevenção à Covie-19, suspensão das demissões, déficit de funcionários nas unidades que sobrecarregam os funcionários e as metas abusivas cobradas em plena pandemia também estão na pauta. O encontro nacional dos bancários do Santander está confirmado para terça-feira, dia 3 de agosto, das 19h às 16h.


Caixa Econômica Federal - Os empregados da Caixa aprovaram o fortalecimento da campanha contra a privatização e os ataques do Governo Bolsonaro aos direitos dos trabalhadores de estatais. Na questão do Saúde Caixa, a relação de custeio 70/30 e os princípios do mutualismo, solidariedade e pacto intergeracional são considerados inegociáveis pelos bancários. Na avaliação dos participantes do encontro estadual, as reestruturações e os ataques do banco aos direitos dos trabalhadores têm por objetivo preparar a empresa para a sua privatização.
Outro ataque citado contra o Saúde Caixa e os direitos dos empregados veio através da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União), como a resolução 23, que é uma ameaça real à relação 70/30 e a qualidade da assistência de saúde dos trabalhadores. Aprovaram a necessidade de mobilização dos bancários para a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo 956/2018, de autoria da deputada federal Érika Kokay (PT-DF), que susta os efeitos da resolução 23 da CGPAR que retiram direitos dos empregados e ameaçam o caráter solidário do plano. Os empregados vão intensificar também a luta em defesa da Funcef, o fundo de pensão dos trabalhadores da Caixa, que vem sofrendo ataques da direção do banco e do governo .
O encontro aprovou ainda várias propostas que serão levadas para o 37º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), como o fim das metas abusivas e do assédio moral já no período da pandemia; fim da penalização dos bancários que são constrangidos a fazer vendas casadas e são prejudicados na promoção automática, quando os clientes denunciam a prática ao banco; solução para os atrasos das comissões; criação de um calendário de lutas; direitos dos trabalhadores que estão em home office. Foi aprovada ainda a delegação que irá representar os empregados no Conecef, que será realizado nos dias 6 e 7 de agosto (sexta e sábado).

 

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