Sábado, 31 Julho 2021 19:13

Parlamentares e centrais criticam privatização dos bancos públicos

Convidados do Encontro defenderam o impeachment de Bolsonaro por crime de responsabilidade Convidados do Encontro defenderam o impeachment de Bolsonaro por crime de responsabilidade

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

O governo Bolsonaro se aproveita da pandemia do novo coronavírus, para passar a boiada, aprovando projetos contra o povo brasileiro, para garantir mais lucros ao setor privado, e dando andamento ao processo de privatização de empresas públicas, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. A afirmação foi feita pelos parlamentares e representantes de centrais sindicais, participantes da abertura do Encontro de Funcionários de Banco Públicos, neste sábado (31/7).

Lembraram que a bola da vez são a Eletrobrás e os Correios, mas que a preparação da privatização da CEF e do BB já vem acontecendo seja através da venda de ativos, como também acontece na Petrobras, seja pelos planos de reestruturação, com o desmonte da estrutura física, corte de vagas, de direitos, ataques aos planos de saúde e ameaças aos de previdência próprios. A deputada Érika Kokay (PT-DF), afirmou que a privatização dos bancos, atende aos interesses do que chamou de ‘capital vadio’ que domina o governo. “São os grupos econômicos que vivem da especulação e que não investem na produção, que não se interessam pelo desenvolvimento nacional, mas em ganhar ainda mais dinheiro. A privatização é um crime contra o país”, afirmou.

Érika é autora do Projeto de Decreto Legislativo 956 (PDC 956), aprovado pela Câmara dos Deputados em 13 de julho, suspendendo os efeitos da Resolução 23 da CGPAR que estabelece novas regras para o custeio de planos de saúde para empregados de estatais federais. A matéria será enviada ao Senado. “A CGPAR 23, criada pelo governo Michel Temer, também é uma forma de enxugar os custos com gestão de pessoal para facilitar o processo privatista que Bolsonaro trabalha para emplacar. É uma tentativa de acabar com os planos de saúde próprios. É preciso pressionar para aprovar o PDC também no Senado”, defendeu.

Compromisso com setor privado

A deputada federal Fernanda Melchiona (PSOL-RS) frisou que a privatização faz parte do compromisso assumido por Bolsonaro e Paulo Guedes com os bancos privados nacionais e estrangeiros. “Não sei o que seria da população e da economia brasileira na pandemia, se não fossem os bancos públicos. Mas a vida dos brasileiros e brasileiras pouco importa a este governo, que boicotou o isolamento social e a compra de vacinas, o que nos levou a mais de 560 mil mortos pela covid-19”, afirmou.

O vereador Reimont (PT-RJ) lembrou que os bancos públicos existem para investir no país para melhorar a vida da população, seja através de programas sociais, no pagamento do auxílio emergencial e bolsa família, de linhas de crédito com taxas mais baixas à agricultura, micro, pequenas e médias empresas. “É preciso ampliar o diálogo com a sociedade sobre o papel importante das estatais, em particular dos bancos públicas, para aumentar a resistência à privatização”, defendeu.

Impeachment

Os parlamentares defenderam a ampliação dos protestos nacionais pelo impeachment de Bolsonaro por crimes de responsabilidade os mais diversos. Citaram, entre outros, o boicote às medidas de prevenção e a contratação de vacinas contra a covid-19 que causaram a disparada do número de contaminações e mortes pela doença.

O dirigente da CSP-Conlutas, Gualberto Tinoco ressaltou que as privatizações fazem parte da política econômica voltada para beneficiar os mais ricos, entregando a eles, empresas altamente lucrativas e os serviços públicos prestados à população, como o Sistema Único de Saúde (SUS) – que mostrou ainda mais a sua importância na pandemia – além de creches, escolas e universidades. “Encontros como este, são importantes para organizar a resistência a estes ataques e ampliar as mobilizações pelo impeachment de Bolsonaro, um presidente corrupto, como tem mostrado as investigações da CPI da Pandemia, e que gerou um verdadeiro genocídio ao negar a gravidade da covid-19 e boicotar a compra de vacinas”, afirmou.

Kátia Branco, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio e dirigente da CTB, lembrou que fazem parte do processo de privatização, os ataques de Bolsonaro aos direitos dos empregados de bancos públicos, como aos planos de saúde, usando a CGPAR 23. “Este encontro é importantíssimo para aprovar formas de luta em defesa do BB e da CEF e dos direitos que estão sob ameaça”, disse. Kátia também defendeu a ampliação dos protestos Fora Bolsonaro, que tem previsão de novas manifestações em 7 de setembro.

Carlos de Souza, dirigente da CUT, defendeu a unificação da luta dos trabalhadores das estatais contra as privatizações. “As privatizações são um ataque ao país, que deve contar com a resistência de toda a sociedade que será prejudicada caso a venda destas empresas estratégicas e lucrativas se concretize”, afirmou. Classificou como importante as mobilizações de rua pelo impeachment como forma de aumentar a pressão para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), acate os pedidos de abertura de processo de impeachment (121 ao todo) solicitados desde 2020.

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