Sábado, 31 Julho 2021 14:08

Vítimas do negacionismo de Bolsonaro são homenageados no Encontro Estadual de Bancos Públicos

Encontro fez minuto de silêncio, com aplauso no final, em homenagem ao ator Marcos Hamelim, ao diretor do Sindicato, Chicão e da Fetraf RJ/ES, Belmar, mortos pela covid-19 Encontro fez minuto de silêncio, com aplauso no final, em homenagem ao ator Marcos Hamelim, ao diretor do Sindicato, Chicão e da Fetraf RJ/ES, Belmar, mortos pela covid-19

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Com a participação de parlamentares e representantes de centrais sindicais convidados foi realizada na manhã deste sábado, a cerimônia de abertura do Encontro dos Funcionários de Bancos Públicos do Estado do Rio de Janeiro. O evento é organizado pela Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ) e sindicatos a ela filiados. Tem como pauta principal a defesa de instituições financeiras estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ameaçadas de privatização pelo governo Bolsonaro, e que passam por um processo de retirada de direitos de seus funcionários e desmantelamento de sua estrutura, mesmo em plena pandemia, como parte da preparação de sua entrega ao setor privado.

Na abertura, foi feito um minuto de silêncio em homenagem às quase 600 mil vítimas da covid-19, número somente alcançado graças à política negacionista de Bolsonaro, que boicotou as medidas de prevenção e a contratação de vacinas. Houve, ainda, uma homenagem aos bancários que morreram em consequência da pandemia, entre eles os ex-diretores do Sindicato e da Fetraf RJ/ES, respectivamente Francisco Abdala (Chicão) e Belmar Marchetti, e ao ator, dramaturgo e diretor Marcos Hamelim, fundador da Cia de Emergência Teatral, que com humor, criticou durante décadas, nas atividades do Sindicato, a exploração e a opressão imposta pelos banqueiros e seus governos aos bancários e à população. Ao final do minuto de silêncio, os participantes do encontro deram uma salva de palmas em homenagem à memória dos três.  

Genocídio

Num momento de grande emoção foi exibido um vídeo em que Hamelim, na posse da nova diretoria do Sindicato, em maio, viveu uma de suas mais famosas personagens, ‘Faxineide’. Na cena, ela lembra da responsabilidade de Bolsonaro pela disparada do número de mortes em função da covid-19. Segurando uma foto em que os dois diretores falecidos – Chicão e Belmar – aparecem, denuncia a contradição de Bolsonaro, em relação ao desrespeito à vida. “Tem que tirar Deus da garganta e colocar no coração”, diz a personagem, lembrando do comportamento demagógico do presidente da República.

“Eu não entendo nada disso, estou só limpando a sujeira. Mas pra mim este vírus é bolsonariano. É. Está matando cada vez mais gente, amigo, família, Chicão, Belmar, meninos que ontem estavam aqui. Tenho que dizer que Bolsonaro tem responsabilidade nisso, porque vive dizendo pra não usar máscara, pra não tomar vacina, mas a mãe dele tomou, é. Ele é responsável por esta matança”, comentava ‘Faxineide’ na cena. E acrescentava: “Muito bancário também morreu. Não dá pra gente ignorar a falta de responsabilidade do governo. Ele (Bolsonaro) precisa tirar Deus da garganta e colocar no coração”, repetiu.

Federa-RJ

A presidenta da Federa-RJ e ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Adriana Nalesso, fez um pequeno histórico da fundação da federação. Lembrou que a entidade sindical foi criada em 24 de junho, num momento extremamente difícil para o país, sobretudo para a população, os bancários e demais trabalhadores, que sofrem as consequências do projeto político de um governo que acaba com direitos, leva o Brasil a uma crise econômica sem precedentes, com alto desemprego, inflação crescente e aumento da miséria. Um governo que com seu negacionismo, fez disparar o número de contaminados e mortos pela covid-19 no Brasil.

“A Federação nasce para unificar as forças políticas que se opõem a este governo genocida que jogou o país na maior crise sanitária, econômica e social da história”, disse, numa referência à presença na direção da entidade, de todas as correntes políticas progressistas da categoria bancária. A dirigente classificou como urgente a luta pelo impeachment de Jair Bolsonaro pelos crimes praticados contra a democracia, pelo genocídio e a corrupção na compra de vacinas, descoberta pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada no Senado Federal.

Parlamentares

Da abertura participaram ainda as deputadas federais Érika Kokay (PT-DF) e Fernanda Melchiona (PSOL-RS), e o vereador e funcionário do Banco do Brasil, Reimont (PT-RJ). Além dos dirigentes da CUT, Carlos de Souza; da CTB, Kátia Branco; e da CSP-Conlutas, Gualberto Tinoco. Todos foram unânimes em ressaltar a importância dos bancos públicos para o país e a necessidade de fortalecer a campanha pelo impeachment de Bolsonaro. Ao meio-dia, o economista Fernando Amorim, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), fez palestra sobre o papel dos bancos públicos e as consequências das privatizações.

À tarde, após o almoço, serão realizados separadamente, os encontros dos funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. O retorno dos debates está previsto para as 14h30.

 

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