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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A presidenta da nova Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Rio de Janeiro (Federa RJ), Adriana Nalesso, abriu o Encontro Estadual dos Bancos Privados, nesta quinta-feira, 29 de julho, ressaltando que a entidade, que reúne cerca de 40 mil trabalhadores, nasce num momento de grandes desafios na luta pela vida, emprego e direitos ante os impactos das tecnologias sobre os bancários e os ataques do Governo Bolsonaro às conquistas históricas dos trabalhadores e de como o movimento sindical vai enfrentar estas transformações globais no mundo do trabalho e a atual conjuntura. O encontro foi realizado por meio digital em função da pandemia do coronavírus.
“Muitos bancários estão virando autônomos, agentes financeiros, estão sendo pejotizados, perdendo vínculo e direitos trabalhistas. Como exemplo eu cito o caso de funcionários do Itaú que viraram agentes financeiros da XP. Nosso grande desafio é o de como a organizar a categoria para enfrentar estas mudanças e a incluir estes trabalhadores na representação dos sindicatos” , disse.
Pesquisa sobre teletrabalho
A presidenta da Contraf-CUT Juvândia Moreira destacou a importância da unidade da categoria no enfrentamento da atual conjuntura política e econômica e das transformações tecnológicas que afetam o mercado de trabalho e deu como exemplo o teletrabalho.
“Temos os encontros, congressos e a Conferência Nacional. Um dos temas mais relevantes para nossa categoria é o teletrabalho. Muitos bancários querem voltar para o trabalho presencial, outros preferem continuar trabalhando em casa e ainda há os que vão trabalhar alternadamente nos dois modelos. Outro desafio que temos é o de atender a todas as expectativas dos bancários no contexto destas mudanças”, disse.
A sindicalista destacou a importância da pesquisa realizada pela Contraf-CUT sobre o tema, para colher dados e demandas dos bancários que continuam trabalhando em casa, como a questão da necessidade de conciliação da vida familiar com o trabalho nos lares e a necessidade de agregar direitos ao teletrabalho.
“Realizamos uma das maiores pesquisas sobre o tema no mundo, que será importante para estudos das universidades e atualização na legislação. O fato é que o teletrabalho reduz custos para empresas e eleva os gastos dos empregados”, explica. Acrescentou que outro dilema é o fechamento de agências físicas e lembrou da importância da questão política e da eleição de 2022 para os trabalhadores.
Fora Bolsonaro
Juvândia falou ainda da conjuntura e suas consequências sobre o povo brasileiro. “O desafio do movimento sindical passa pelo enfrentamento da atual conjuntura política e econômica. Bolsonaro é o maior retrocesso civilizatório, mas se Mourão assumir o governo não resolve os dilemas dos trabalhadores”.
Declarou ainda que, hoje, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva é a que tem mais chances de derrotar Bolsonaro.
Os participantes do encontro foram unânimes em afirmar que a atual conjuntura é muito difícil para os trabalhadores, desde o golpe de 2016 e que somente a luta coletiva e popular é capaz de mudar esta realidade.
“Somente a classe trabalhadora tem condições de dar resposta a esta situação que estamos vivendo. A pandemia é do Bolsonaro, pois a mortandade seria muito menor se não fosse o governo. Perdemos muitos companheiros, vitimados por esta pandemia”, lembrou Jacy Menezes, representante da CSP Conlutas.
Kátia Branco, da CTB (Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), vice-presidente do Sindicato do Rio, também fez críticas ao Governo Bolsonaro.
“Vivemos um período muito conturbado de crise econômica, sanitária e política com este desgoverno, com as reformas contra a classe trabalhadora e mais de 545 mortes no Brasil. Perdemos nossos amigos e dirigentes sindicais Chicão Abdala e Belmar Marchetti e o ator e diretor Marcos Hamellin por que Bolsonaro apostou na propina em vez da vida. Se a vacina tivesse vindo antes a vida de tantos brasileiros e brasileiras teriam sido poupadas. Estamos unidos para denunciar o que este desgoverno tem feito ao nosso país. Em 2022 estaremos nas ruas mostrando quem é este presidente genocida para elegermos um candidato dos trabalhadores”, afirmou.
Um momento de muita comoção foi o vídeo apresentado no encontro, em que o ator Marcos Hamellin homenageava os sindicalistas Chicão e Belmar e todos os bancários mortos na pandemia, na ocasião do evento virtual de posse da nova diretoria do Sindicato dos Bancários do Rio. Menos de dois meses depois, Hamellin também perdera a vida por causa da política genocida do Governo Bolsonaro.
Unidade na luta
Juvândia Moreira destacou que foi a mobilização das centrais sindicais que conseguiu retirar da reforma tributária o fim da isenção de empresas que oferecem os tíquetes, o que afetaria diretamente os bancários e que é esta disposição de luta é que garantirá o êxito da campanha nacional da categoria.
“Precisamos resistir em defesa dos direitos e contra as privatizações. Nestas lutas nós já conseguimos garantir a unidade do movimento sindical”, declarou.
Em seguida, houve separação das salas virtuais para as discussões específicas de cada banco