Segunda, 26 Julho 2021 17:54

Ato contra o racismo marca Dia da Mulher Negra Latino-Americana

Ato em frente ao Memorial em protesto contra racismo Ato em frente ao Memorial em protesto contra racismo

Protestos e debates em lives marcaram, neste domingo (25/7), atividades de desagravo contra a vandalização do “Memorial Nossos Passos Vêm de Longe”, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A data foi escolhida por ser o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, 25 de julho, que, este ano, caiu no domingo.
Houve ato em frente ao memorial, um painel com rostos de mulheres negras, inclusive a de Marielle Franco, pintados por Rodrigo Maisalto e Kléber Black, que foi vandalizado em 18 de julho, sendo coberto com tinta branca, segundo testemunha, “por rapaz branco que chegou de carro, bem vestido, com um balde, com tinta e rolo”. Para Silvia de Mendonça, do Movimento Negro Unificado (MNU), além de um ataque racista, a vandalização foi uma investida contra mulheres negras que fazem a resistência à truculência contra a diversidade religiosa, ao feminicídio e ao genocídio da juventude negra.

Trata-se, ainda, de uma violência e tentativa de apagar a memória de lutas das mulheres homenageadas. O ataque ao grafite mostra que o racismo está enraizado no país por um triste legado de mais de três séculos de escravidão vira e mexe se manifesta de forma cruel. O mural foi restaurado no sábado.
Criado no I Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, na República Dominicana, em 1992, o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha tem por objetivo dar visibilidade à luta das mulheres negras contra a opressão de gênero, a exploração e o racismo. No Brasil, homenageia a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro.

Os afrodescendentes somam cerca de 115 milhões de pessoas..No entanto estão sub representados no Legislativo, Executivo, Judiciário, na mídia e em outras esferas sociais. Em se tratando do gênero, o abismo é ainda maior. As mulheres negras são violentadas e assassinadas em ampla escala, são vítimas do desemprego em decorrência das crises econômicas, dos salários rebaixados, da violência doméstica e do feminicídio.

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