Sábado, 24 Julho 2021 17:43

Milhares de pessoas protestam nas ruas de todo o país pelo impeachment de Bolsonaro

Atos foram realizados em pelo menos 25 capitais e no DF e em centenas de cidades. Manifestantes cobram vacinação, empregos e recuperação econômica
No Rio, a multidão percorreu a Avenida Presidente Vargas exigindo o ‘Fora, Bolsonaro’. Protestos ocorreram em pelo menos 25 estados do Brasil e no DF No Rio, a multidão percorreu a Avenida Presidente Vargas exigindo o ‘Fora, Bolsonaro’. Protestos ocorreram em pelo menos 25 estados do Brasil e no DF Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Mais de 540 mil mortes pela Covid-19 e metade dos óbitos poderia ter sido evitada se o governo federal tivesse comprado 70 milhões de vacinas Pfizer em 2020. O genocídio de tantos brasileiros levou milhares de pessoas as ruas neste sábado, 24 de julho, em 25 capitais e no Distrito Federal e em centenas de cidades de todo o país. Os manifestantes pediram o impeachment do presidente Bolsonaro, que sempre tratou a pandemia com descaso e deboche em suas lives. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Congresso Nacional revelou que não foi só o negacionismo bolsonarista que impediu a compra das vacinas, mas corrupção no governo: A vacina indiana Covaxin foi encomendada com preços 1.000% mais caros e máscaras custaram 77% acima do preço de mercado. A população, indignada, cobra a imunização no país, que está a passos lentos por falta de um plano nacional eficiente. 

Política recessiva

Agravada pela pandemia e pela incompetência e descaso do governo com a pior crise sanitária dos últimos 100 anos no mundo, a recessão econômica é também fruto da política ultraliberal do ministro banqueiro Paulo Guedes, que apresenta os piores índices de desemprego da história.  A crise na economia é também um forte motivo da revolta popular. 

O processo de desindustrialização do país se agravou ainda mais. O peso da indústria de transformação (que reúne todo o setor manufatureiro) caiu de 11,79% do PIB em 2019 para 11,30% em 2020, se mantendo nesse patamar no 1º trimestre de 2021. Trata-se do menor percentual desde 1947, ano em que se inicia a série histórica das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O comércio perdeu, somente no primeiro ano de pandemia, 75.2 mil lojas de estabelecimentos comerciais.

O resultado não poderia ser pior para o trabalhador: mais de 14 milhões desempregados. Em um ano, o número de desalentados (brasileiros que desistiram de procurar emprego) cresceu 25% e se aproxima do recorde da marca histórica, chegando a seis milhões de trabalhadores, somando 20 milhões de brasileiros e brasileiras que estão fora do mercado de trabalho.

“Se Bolsonaro tivesse criado um plano nacional de imunização, comprando as vacinas e unindo governos estaduais e municipais o Brasil teria salvo muitas vidas e a economia já poderia estar dando os primeiros sinais de normalidade. Sim, o presidente da República é o maior responsável por tantas mortes e pela recessão econômica”, disse o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Gilberto Leal.

Bancários na luta

Os bancários participaram dos protestos também no Rio de Janeiro, que teve passeata na Avenida Presidente Vargas, do monumento de Zumbi dos Palmares até a Candelária.

O Sindicato homenageou Chicão Abdala e Belmar  Marchetti, dirigentes sindicais, e Marco Hamelin, mortos pela Covid-19 por causa da política genocida do Governo Bolsonaro.

“O governo, por sua política genocida precisa ser punido e por isso, vamos continuar ocupando as ruas do Brasil e cobrar do Congresso Nacional, o impeachment de Bolsonaro”, disse o presidente do Sindicato José Ferreira.

Os bancários protestaram contra o projeto de privatização dos bancos e empresas públicas e a proposta de reforma tributária que acaba com a redução fiscal para empresas que concedem tíquetes refeição e alimentação aos seus empregados, que o caso da categoria e cobraram a imunização imediata dos bancários e bancárias do Rio pela Prefeitura e Governo Estadual, já que bancários e trabalhadores de Correios já foram incluídos como prioritários pelo Ministério da Saúde que disponibilizou 20% de doses do total para as duas categorias, após muita pressão e a campanha nacional do movimento sindical. 

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