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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Escrito por: Rosely Rocha
No próximo sábado (24) serão realizados centenas de atos em todo o país e no exterior pelo impeachment de Jair Bolsonaro (ex-PSL). Os organizadores avaliam que serão as maiores mobilizações pelo ‘Fora, Bolsonaro’ já realizadas até agora.
E motivos para pedir a destituição do pior presidente da história do Brasil não faltam. Desde que assumiu a presidência da República, ele afundou a economia, aumentou o desemprego, colocou o Brasil de volta ao mapa da fome, atacou a democracia e retirou direitos trabalhistas, entre tantas maldades praticadas por um só governante.
O país está assistindo estarrecido as denúncias de corrupção que atrasaram a compra de vacinas contra Covid-19 que poderiam ter salvado milhares de vida e o que o presidente faz? Passeios de motociata, sem máscaras e sem cuidados para evitar a contaminação.
Cansada de tantos desmandos a população decidiu ir às ruas pedir pelo ‘Fora Bolsonaro’, e se você ainda tem dúvidas sobre os motivos para ocupar as ruas se unir aos que lutam pelo Brasil e pelos brasileiros, o Portal CUT listou 24 razões para você protestar.
Já são quase 550 mil mortos desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, em março do ano passado. Bolsonaro defende até agora o tal tratamento precoce com a prescrição de remédios ineficazes, que a Organização Mundial da Saúde (OMS), e diversas autoridades sanitárias, afirmaram mil vezes que não funcionam. Os donos de farmacêuticas, agradecem Bolsonaro e estão na linha de frente dos que defendem o seu governo. Não é por menos, eles lucraram até R$ 1 bilhão vendendo os remédios, que são inúteis para a Covid-19.
E, para piorar a situação, enquanto países de todo o mundo começavam a imunizar as suas populações, Bolsonaro demorou em iniciar a compra de vacinas, defendendo a “imunidade de rebanho” e atrasando de propósito a imunização dos brasileiros e brasileiras.
Nos últimos 12 meses, o índice da inflação no país chegou a 8,35%. O trabalhador perdeu o poder de compra e as famílias brasileiras estão cada vez mais endividadas. 69,7% das famílias iniciaram o segundo semestre de 2021, atoladas com contas a pagar. Também, pela segunda vez consecutiva, houve alta na inadimplência.
O brasileiro trocou a carne e o frango pelo ovo, mas ainda assim não consegue comer proteínas em quantidade suficiente, como recomendam os médicos. Há famílias inteiras fazendo filas para ganhar um quilo de osso, com pequenos pedaços de carne, em Cuiabá (MT), que por ironia, é um dos estados mais ricos do país, com a criação de gado e o agronegócio. Os preços do arroz, do óleo de cozinha, entre outros alimentos, dispararam deixando o prato do brasileiro mais magro. Em 2020 tudo ficou mais caro. A carne suína subiu 29,5%; o frango (17,1%); a carne bovina (16,2%); e o ovo (11,4%).
Ao contrário do que prometeu Bolsonaro - não aumentaria os preços dos combustíveis -, o que se vê são reajustes atrás de reajustes. Nos últimos 12 meses a alta chegou a 43,92%. O botijão de gás já subiu 57% durante o governo Bolsonaro e chega a R$ 125 em alguns locais, o que fez muitas famílias brasileiras trocaram o gás de cozinha pela lenha e as consequências são desastrosas com perigo de acidentes e mortes. As contas de luz também dispararam. Somente no mês passado, o governo reajustou a bandeira vermelha, a mais cara cobrada sobre a conta, em 20%.
O Brasil havia saído do Mapa da Fome, em 2014, no governo Dilma Rousseff (PT). Com Bolsonaro, quase 50 milhões de brasileiros passam fome ou não comem o suficiente. Entre 2018 e 2020, 7,5 milhões de brasileiros passaram ao menos um dia inteiro sem se alimentar. Quase um quarto dos brasileiros (23,5%) passou por insegurança alimentar moderada (dificuldade e restrição no acesso a alimentos – não faz as 3 refeições por dia), entre 2018 e 2020, o que significa ao todo 49,6 milhões de pessoas. O número de pessoas em insegurança alimentar grave (7,5 milhões ) é quase o dobro do que se verificava entre 2014 e 2016, quando 3,9 milhões de brasileiros passavam por essa situação.
A Taxa de desemprego bate recorde, vai a 14,7% e atinge 14,8 milhões de trabalhadores. A taxa de subutilização, de 29,7%, atingiu 33,3 milhões de pessoas . A informalidade chegou a 39,8% da população ocupada, ou 34,2 milhões de trabalhadores informais, fazendo bicos para sobreviver. A A taxa de desalentados pessoas que desistiram de procurar emprego depois de muito tentar, atingiu 6 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em abril.
Bolsonaro reduziu a quantidade de pessoas com direito ao auxílio emergencial e o valor do benefício. Passaram a receber apenas pessoas que moram sozinhas (R$ 150 por mês), as mulheres chefes de família (R$ 375 por mês) e os famílias com mais de duas pessoas (R$ 250 a cada mês). Antes, graças ao Congresso Nacional porque Bolsonaro queria dar só R$ 200, os valores eram de R$ 600 e de R$ 1.200 para mães solo.
Bolsonaro acaba com a Política de Valorização do Salário Mínimo, criada por Lula, em 2003. Com o fim desta política, aposentados e pensionistas não terão mais aumento real. Neste ano, o piso nacional (R$ 1.100) ficou abaixo da inflação, com reajuste de 5,26%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior foi de 5,45%. O reajuste previsto para 2022 é de 4,3% sobre o valor atual, mais de duas vezes menor do que o INPC acumulado em 12 meses, que está em 9,22%.
As denúncias de compra de vacinas Covaxin e Astrazeneca em que funcionários e militares que atuam no Ministério da Saúde pediram propina para negociar a compra, mostra do que ao contrário do que diz o presidente, há casos de corrupção dentro do seu governo. E Bolsonaro foi alertado da corrupção e nada fez. Prova disso que é a Polícia Federal investiga, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), se Bolsonaro prevaricou no caso da Covaxin.
Além do senador, Flávio Bolsonaro, acusado de promover a rachadinha em seu gabinete quando era deputado estadual do Rio de Janeiro, agora é o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, que é denunciado pela prática de pedir devolução de parte de salários dos seus assessores, quando era deputado federal. Gravações divulgadas pelo UOL, revelam que o presidente participava diretamente do esquema ilegal de rachadinha ,de 1991 a 2018. Os áudios integram os autos da investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
A reforma da Previdência, em 2019, aumentou o tempo de contribuição; reduziu o valor a ser recebido; viúvas só receberão 60% do benefício e seus filhos 10% cada um; obrigou a uma idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, e determinou que o teto do benefício seja pago somente após 40 anos de contribuição, além de diversas maldades.
O desmatamento na Amazônia cresceu 70% no governo Bolsonaro, somente entre 2018 e 2019. Já em 2020, os focos de incêndio aumentaram 30% . Foi o maior número de focos de queimadas em uma década. Além do recorde de desmatamento, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está sendo investigado pela Polícia Federal , por favorecer madeireiros a exportar madeira ilegal da Amazônia, e só foi demitido após pressão de ambientalistas do Brasil e do mundo todo.
O Orçamento da União de Bolsonaro para o ano que vem, apresentado e aprovado pelo Congresso Nacional, na semana passada, corta até R$ 36 bilhões dos recursos para a saúde. O Ministério da Educação teve R$ 2,7 bilhões bloqueados no orçamento deste ano, o equivalente a 30% do total bloqueado de todas as Pastas.
O governo não desiste de implantar a Carteira Verde e Amarela que prevê a contratação de jovens de 19 a 29 anos e pessoas maiores de 55 anos, com menos direitos, como FGTS menor, entre outros benefícios. A medida pode fazer com que empresas troquem os trabalhadores que ganham melhores salários por outros com menor ganho. Outra medida do governo é acabar com a isenção tributária de empresas que pagam os vales refeição e alimentação, o que pode pôr fim ao benefício que atende 22,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras.
A reforma Administrativa acaba com a estabilidade do servidor público que ficará à mercê do governo de plantão, o que pode aumentar os casos de corrupção. A proposta do governo é o desmonte do serviço público para que, sem pressão da sociedade, o governo passe para a iniciativa privada tudo que hoje é gratuito, como a educação, a saúde, a previdência, a segurança, as estatais e os órgãos de controle que fiscalizam o próprio governo.
A fila de espera dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chega a quase 2 milhões, mas o governo Bolsonaro não repõe quase a metade dos servidores do órgão que se aposentaram nos últimos anos. Dez mil trabalhadores, entre servidores públicos e terceirizados, saíram porque pediram demissão ou se aposentaram e não foram substituídos porque não teve concurso público. O quadro de pessoal caiu de 33 mil para 23 mil nos últimos cinco anos. Em compensação, o governo contratou três mil militares (sua base de apoio) para o INSS, que hoje cumprem funções de estagiários, sem que a população seja beneficiada com os gastos salariais que recebem.
A venda da Eletrobras deve prejudicar 99,7% da população brasileira que é consumidora de energia elétrica. A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de que as contas de luz subam entre 16% a 17% em todo o território nacional. Apesar da empresa ser lucrativa ( no ano passado foi de R$ 6,4 bilhões) , o Congresso Nacional aprovou a Medida Provisória (MP) de Bolsonaro de privatização da estatal.
O serviço ruim e caro praticado por empresas de saneamento fez pelo menos 158 cidades do mundo de países como a França, Estados Unidos e Espanha, entre outros, a estatizar novamente os serviços de saneamento, anteriormente privatizados. Ainda assim, Bolsonaro, sancionou a lei que estabeleceu um novo marco regulatório para o saneamento básico do país, o que facilita a privatização do setor. Para especialistas, as consequências para a população serão tarifas mais caras, menos investimento em tratamento de esgotos, mais desperdício de água e aumento de doenças decorrentes da falta de saneamento básico.
Bolsonaro vem, com frequência, afirmando que eleições de 2018 teriam sido fraudadas. Entretanto, em nenhum momento apresenta provas. Ele questiona a validade das urnas eletrônicas em contraponto à segurança do sistema atestada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que lacra urnas e realiza uma série de conferências abertas à sociedade civil.
Em outubro de 2019, Bolsonaro publicou em suas redes sociais um vídeo em que se comparava a um leão cercada por hienas representadas por partidos políticos de oposição, a CUT, a CNBB e o Supremo Tribunal Federal (STF). Antes, em outubro de 2018, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, disse que bastaria um cabo e um soldado para fechar o Supremo.
Além da contratação de três mil militares para o INSS, o governo de Jair Bolsonaro é o que mais tem representantes das Forças Armadas em cargos públicos. Até o ano passado eram 6.157 militares (+ 108% entre 2016 e 2020), segundo o estudo A Militarização da Administração Pública no Brasil: Projeto de Nação ou Projeto de Poder?, do cientista político William Nozaki, que trata da presença dos militares no governo Bolsonaro. As Forças Armadas são também o grupo com maior presença na esplanada ministerial: até o final de 2020 esse segmento ocupou 10 ministérios.
Bolsonaro usa a defesa do voto impresso como estratégia para se manter no poder, dizendo que as urnas eletrônicas não são confiáveis e auditáveis. Uma mentira porque urnas eletrônicas são passíveis de auditoria. Ainda assim, ele quer que a partir da eleição presidencial de 2022, os números que cada eleitor digita na urna eletrônica sejam impressos e que os papéis sejam depositados de forma automática numa urna de acrílico, para que em caso de denúncia de fraude, os votos possam apurados manualmente. Sem comprovar que as urnas eletrônicas são passíveis de fraude, Bolsonaro ameaça a democracia, dizendo que as eleições presidenciais do próximo ano podem não ser realizadas e que se este tipo de votação for mantida ele sai da disputa eleitoral, atiçando assim seus seguidores contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A lista de ataques ao setor cultura por parte de Bolsonaro é imensa. Em artigo, no Le Mond Diplomatique Brasil, Alex Pegna Hercog, relata os abusos cometidos pelo presidente contra a cultura do país. Usando o fundamentalismo religioso e discurso moral como justificativa, ele acabou com o Ministério da Cultura; mentiu ao dizer que Lei Rouanet transferia recursos do governo federal diretamente para os artistas, quando, na verdade, o programa concede isenção fiscal para empresas que patrocinem projetos culturais.
Em seu primeiro ano de governo cortou orçamento e deixou de investir mais de R$ 700 milhões no setor de audiovisual. Suspendeu um edital da Agência Nacional do Cinema (Ancine) para séries que seriam exibidas na TV pública, com temáticas raciais e LGBTs. Fez a da Caixa Cultural, o Banco do Brasil e a Petrobras cancelarem e censurarem eventos, além de suspender pagamentos (Petrobras) de obras que abordam a questão de gênero ou o autoritarismo. E a lista continua interminável...
O presidente Jair Bolsonaro perguntou, no último dia 8 deste mês, a um apoiador como estava a "criação de baratas " ao apontar para o cabelo do rapaz, sugerindo que o homem tomasse ivermectina, para acabar com possíveis vermes.
Bolsonaro em resposta à cantora Preta Gil, em 2011, disse que “ educou bem” os seus filhos e por isso, eles jamais namorariam uma mulher preta.
Outro ataque ocorreu em uma palestra no Rio de Janeiro, em 2017. Bolsonaro disse que foi a uma quilombola, em Eldorado Paulista. Aos presentes afirmou: “Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava 7 arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais". Por esta fala ele foi condenado pela Justiça a pagar R$ 50 mil para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.
Em 2015, Bolsonaro afirmou a um jornal que imigrantes e refugiados vindos da África seriam a "escória do mundo". Ele também disse que jamais “entraria em um avião pilotado por um cotista, nem aceitaria ser operado por um médico cotista”.
Além de ofender pretos e pretas, Bolsonaro ofendeu os indígenas ao, durante transmissão em suas redes sociais, dizer: "Com toda a certeza, o índio mudou. Está evoluindo. Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós". O presidente também atacou a jornalista Thais Oyama, brasileira, descendente de japoneses, ao afirmar que “no Japão, ela morreria de fome com jornalismo”. Ele também ofendeu um homem de feição oriental, que não sabia falar o idioma português, fazendo gestos com os dedos insinuando sobre o tamanho do órgão genital.
Bolsonaro chamou o governador do Maranhão, Flavio Dino, de “paraíba”, de forma pejorativa. A lista de afirmações racistas e preconceituosas de Bolsonaro também é interminável...
O presidente é misógino e homofóbico. Bolsonaro costuma ofender jornalistas mulheres em suas entrevistas coletivas; disse que sua filha foi uma ‘fraquejada’ após ter quatro filhos; em 2014, disse à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria porque ela era feia. Por esta ofensa foi condenado a pagar uma indenização por danos morais.
Antes de ser assumir a presidência, em 2016, durante entrevista ao programa Superpop, de Luciana Gimenez, na RedeTV, ele disse que não empregaria homens e mulheres com o mesmo salário. “Mas tem muita mulher que é competente", completou.
Em ataques à comunidade LBGTQIA+ , o presidente afirmou : “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. O Brasil não pode ser um país de turismo gay. Temos famílias”.
A um repórter em 2019, disse que o profissional tem 'cara de homossexual terrível. Nem por isso eu te acuso de ser homossexual. Se bem que não é crime ser homossexual”.
Esta é mais uma lista interminável de falas preconceituosas do presidente da República.
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Edição: Marize Muniz