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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente
Foto: Nando Neves
Imprensa SeebRio
Atos nas agências próximas à Igreja da Candelária, faixas e cartazes nas da Avenida Rio Branco, marcaram o protesto desta terça-feira (13/7) em defesa da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e das demais estatais ameaçadas de serem entregues pelo governo Bolsonaro aos bancos e outros grandes grupos privados nacionais e estrangeiros. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Bancários do Rio, teve como objetivos principais denunciar à população a ameaça da privatização das empresas públicas e seus graves impactos econômicos e sociais, além de convocar os bancários a engrossar a campanha contra este projeto do governo.
Fora Bolsonaro
Às 17 horas, diretores do Sindicato participaram de uma passeata (clique aqui para saber mais), convocada pelas centenas de entidades da sociedade que formam o movimento Fora Bolsonaro, a partir da Candelária. A manifestação tinha como principal reivindicação o impeachment do presidente, tanto pelas mortes caudadas pelo boicote feito por ele à vacinação e às medidas de proteção, quanto pela corrupção na compra dos imunizantes, como foi descoberto pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Genocídio. A passeata teve também como finalidade convocar a população para os protestos pelo impeachment que acontecerão no próximo dia 24 de julho, em todo o país.
Privatização é crime contra o país
O diretor da Secretaria de Trabalho de Base do Sindicato, Rodrigo da Silva, lembrou que a entrega das estatais, construídas com dinheiro público, vai privar a sociedade de empresas estratégicas altamente lucrativas que passarão a dar lucro ao setor privado. “É um verdadeiro crime que prejudicará todo o país, e que é ainda mais grave se levarmos em consideração que o governo que planeja promover esta negociata se encontra mergulhado na lama de diversos escândalos de corrupção, o que torna as privatizações extremamente suspeitas de envolver interesses ainda mais escusos”, afirmou o dirigente.
Rodrigo lembrou que estão na mira de Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, agora, a Eletrobrás e os Correios, empresas extremamente lucrativas. Só a primeira teve lucro de mais de R$ 109 bilhões em 2019. BB e Caixa estão na mesma linha, sendo campeões de lucratividade. “A privatização, portanto, descapitalizaria o Estado, desmentindo a lógica do ajuste fiscal, que defende a ferro e fogo o equilíbrio das contas. Não há argumento que sustente as privatizações, a não ser o fato incontestável de que o governo quer mesmo enriquecer ainda mais o setor privado com o qual está comprometido”, acusou.
Durante o protesto, o diretor do Sindicato, Rogério Campanate, lembrou que no caso específico da Caixa e do BB, Bolsonaro vem preparando a privatização, através do desmonte de suas estruturas, seja através da redução do contingente de empregados, do fechamento de prédios e agências, e mesmo da privatização de setores e subsidiárias. Lembrou que os bancos públicos mostraram, sobretudo na pandemia, ter um papel fundamental para o país, tanto na concessão de crédito, quanto na execução de programas sociais, como fez a CEF, apesar da má vontade do governo. “A Caixa e o BB são patrimônio nacional e não podem ser entregues para dar lucro ao setor financeiro privado. Temos que barrar este projeto entreguista”, defendeu.
Atos pelo impeachment
Os participantes da manifestação foram unânimes em defender a unificação dos trabalhadores de todas as estatais contra as privatizações. A diretora do Jurídico do Sindicato e presidenta da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ), Adriana Nalesso, lembrou da importância dos bancários participarem, também, dos protestos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que acontecerão em todo o país, no dia 24 de julho. “A sociedade brasileira está se levantando para dizer não a este governo genocida, suspeito de corrupção e entreguista”, afirmou. Lembrou que o movimento pelo impeachment, por vacina e por um auxílio emergencial de pelo menos R$ 600, é também contra as privatizações e a política econômica recessiva, baseada no corte de direitos imposto pelas reformas, como a administrativa, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, e alto desemprego.